A inspeção de vasos de pressão deve acontecer de acordo com as diretrizes da NR 13, respeitando as periodicidades e os procedimentos de checagens necessários para garantir a segurança do equipamento.
Neste artigo você descobre o que a norma determina sobre a inspeção de vasos de pressão, quais são os procedimentos necessários e ainda acessa materiais prontos que vão te ajudar a colocar as inspeções em prática e registrá-las com facilidade.
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- O que é inspeção de vasos de pressão?
- O que são vasos de pressão?
- Como são classificados os vasos de pressão?
- Quais tipos de inspeção de vasos de pressão existem?
- O que a NR 13 diz sobre a inspeção de vasos de pressão?
- Como fazer inspeção em vasos de pressão?
- Quais informações um relatório de inspeção de vasos de pressão deve apresentar?
- Quais informações devem ser fixadas no corpo dos vasos de pressão?
- Quem pode inspecionar vasos de pressão?
- Quais documentos sobre os vasos de pressão devem ser emitidos?
O que é inspeção de vasos de pressão?
A inspeção de vasos de pressão é um procedimento periódico realizado para verificar as condições de segurança e funcionamento dos equipamentos, de forma a atestar que eles não apresentam falhas ou irregularidades que possam comprometer seu uso ou representar perigos aos trabalhadores.
Como os vasos de pressão apresentam uma diferença de pressão interna e externa, se tudo não estiver funcionando corretamente, acidentes e perigos graves podem acontecer.
Por isso, a inspeção de vasos de pressão deve realizar testes não destrutivos, medições e verificações de integridade que comprovem a conformidade dos equipamentos com os padrões exigidos.

O que são vasos de pressão?
Os vasos de pressão são equipamentos geralmente cilíndricos, que armazenam líquidos e gases à uma pressão diferente da pressão externa. Eles são projetados justamente para resistirem de forma segura à essa diferença de pressão.
São exemplos caldeiras, cilindros de motor e armazenadores de produtos químicos ou derivados de petróleo.
Quais são os principais tipos de vasos de pressão?
Os vasos de pressão possuem algumas funções e usos diferentes entre si. Conheça os tipos mais utilizados e o que cada equipamento faz:
Tanques de armazenamento
São tanques utilizados para o armazenamento de líquidos e gases, geralmente feitos de aço de carbono. Nele podem ser acondicionados substâncias como:
- Óleo combustível;
- Hidrogênio liquefeito;
- Gás natural comprimido.
Trocadores de calor
Utilizados em processos de resfriamento e aquecimento, os trocadores de calor, como o próprio nome ressalta, realizam a transferência de calor principalmente entre líquidos.
Um exemplo é o invólucro e o tubo usados em processos químicos para a transferência de calor entre um líquido que passa pelos tubos e o outro que flui sobre os tubos.
Vasos de processo
Vasos de processo são utilizados para facilitar processos como combinação ou separação de materiais, agitação de misturas, quebra de produtos ou remoção de um elemento de um produto.
São exemplos:
- Reatores;
- Separadores por gravidade;
- Baterias;
- Colunas;
- Embarcações de processo.
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Como são classificados os vasos de pressão?
A classificação dos vasos de pressão é feita a partir das diretrizes da NR 13 que define a seguinte categorização:
Classe A
- I: Inflamáveis;
- II: Combustíveis com temperatura superior ou igual a 200 ºC;
- III: Combustíveis tóxicos com limite de tolerância igual ou inferior a 20 ppm;
- IV: Hidrogênio;
- V: Acetileno.
Classe B
- I: Combustíveis com temperatura inferior a 200 ºC;
- II: Combustíveis tóxicos com limite de tolerância superior a 20 ppm.
Classe C
- I: Vapor de água;
- II: Gases asfixiantes simples;
- III: Ar comprimido.
Classe D
- I: Gases e fluídos não contemplados nas categorias anteriores.
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Quais tipos de inspeção de vasos de pressão existem?
A NR 13 determina alguns tipos principais de inspeção de vasos de pressão, que devem ser realizadas a depender da fase e dos tipos de equipamentos a serem vistoriados.
Entenda as diferenças entre cada uma:
Inspeção inicial
A inspeção de vasos de pressão inicial deve ser realizada em todos os equipamentos novos, antes que sejam instalados no local em que serão utilizados.
Esse tipo de inspeção serve para garantir que as condições de fabricação dos equipamentos foram cumpridas e que eles estão aptos para uso.
Isso significa que a inspeção inicial deve compreender tanto os exames internos como os externos, além dos testes hidrostáticos, que precisam comprovar através de laudo o valor da pressão obtida nos testes. O valor também será fixado na placa de identificação do equipamento.
Inspeção periódica
A inspeção periódica também compreende a realização de exames internos e externos e os prazos para sua execução devem obedecer o estipulado pela NR 13.
Para estabelecimentos que possuam Serviços Próprios de Inspeção de Equipamentos (SPIE) o prazo deve ser:
Categoria do vaso | Exame externo | Exame interno |
I | 3 anos | 6 anos |
II | 4 anos | 8 anos |
III | 5 anos | 10 anos |
IV | 6 anos | 12 anos |
V | 7 anos | a critério |
O teste hidrostático para as empresas que possuem SPIE deve ser realizado entre 12 e 16 anos e a partir da categoria III fica a critério dos profissionais responsáveis.
Já para as empresas que não possuam o SPIE os prazos devem obedecer a seguinte definição:
Categoria do vaso | Exame externo | Exame interno |
I | 1 ano | 3 anos |
II | 2 anos | 4 anos |
III | 3 anos | 6 anos |
IV | 4 anos | 8 anos |
V | 5 anos | 10 anos |
O teste hidrostático para empresas que não têm o SPIE varia entre 6 e 20 anos dependendo da categoria do vaso de pressão.
Esse é um tipo de inspeção fundamental para avaliar a integridade dos equipamentos e assegurar que os vasos de pressão continuam cumprindo os padrões exigidos pelas normas de segurança.
Em casos de auditorias, é a comprovação dessas inspeções que deve ser apresentada, por isso elas devem ser seguidas corretamente.
Inspeção extraordinária
Já a inspeção de vasos de pressão extraordinária deve ser realizada nos seguintes casos:
- Quando houver danificação do vaso de pressão por acidente ou ocorrência que comprometa a segurança;
- Quando existir a necessidade de realização de alterações e reparos que alterem as condições de segurança;
- Quando o vaso de pressão ficar inativo por mais de 12 meses e precisar voltar a operar novamente;
- Quando mudar o local de instalação do equipamento (exceto em caso de vasos móveis).
Sempre que uma inspeção extraordinária é realizada, é indispensável que um relatório seja apresentado e que a implementação das recomendações contidas nele, sejam programadas com a definição de prazos e responsáveis.
Além do relatório sobre a inspeção, a empresa também precisa apresentar o Projeto de Alteração e Reparo (PAR) e a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) do responsável técnico.
Inspeção de integridade estrutural
Apesar de não estar prevista na NR 13, a inspeção de integridade estrutural é um tipo de inspeção recomendada por técnicos, porque garante a performance e aumento de vida útil do equipamento.
Nesse tipo de inspeção são acompanhados o nível de confiabilidade dos equipamentos, a previsibilidade dos ciclos de operação e o ciclo de vida útil do equipamento.
Através da avaliação de padrões de comportamento dos vasos de pressão e empreendimento de técnicas e procedimentos de análise, esse tipo de inspeção consegue prever os comportamentos do equipamento, identificando a necessidade de monitoramento e até de parada do funcionamento do vaso de pressão.
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O que a NR 13 diz sobre a inspeção de vasos de pressão?
A norma regulamentadora nº 13 determina quais são os requisitos mínimos para a gestão da integridade de vasos de pressão, caldeiras, tubulações e tanques metálicos de armazenamento.
Em seu texto, a norma define:
- Quais são os equipamentos aos quais se aplica;
- Itens de segurança que devem compor os vasos de pressão;
- Informações presentes nas placas de identificação;
- Documentações necessárias;
- Recomendações para a instalação dos vasos de pressão;
- Procedimentos de segurança para operação de vasos de pressão;
- Tipos de inspeções de segurança a serem realizadas e respectivos prazos;
- Informações que o relatório de inspeção de vasos de pressão deve conter;
- Procedimentos necessários para o cumprimento das recomendações feitas a partir das inspeções.

Como fazer inspeção em vasos de pressão?
Para ser realizada, a inspeção de vasos de pressão deve seguir os seguintes passos:
- Realização de exames internos e externos e do teste hidrostático comprovando os valores da pressão aferidos em casos de equipamentos novos;
- Execução de uma visita técnica de vistoria para identificação dos vasos de pressão com inclusão de placas de identificação, anotações de TAG e categoria;
- Enquadramento dos equipamentos na NR 13;
- Elaboração de um plano de inspeção para os vasos de pressão, indicando o cronograma com prazos para as intervenções;
- Planejamento das checagens realizadas de acordo com cada tipo de inspeção (inicial, periódica, extraordinária e de integridade);
- Identificação dos documentos já existentes e providenciamento dos faltantes (Livro de segurança para registro de ocorrências, relatório de inspeção, certificado de calibração dos componentes, ART e reconstituição do prontuário do fabricante conforme NR 13);
- Realização do exame externo e visual do vaso de pressão analisando componentes, registros, suportes e estado geral de conservação;
- Realização de ensaios não destrutivos (ultrassom, líquido penetrante, videoscopia e teste hidrostático);
- Verificação do PMTA (Pressão Máxima de Trabalho Admissível);
- Medição da espessura da parede com ultrassom;
- Execução de teste hidrostático e teste de estanqueidade;
- Realização de calibração e manutenção de válvulas de segurança (alívio, pressostato, termômetro e manômetro);
- Análise das informações geradas (espessura mínima calculada x encontrada, tolerâncias, sobrecorrosão);
- Registro de evidências fotográficas para acompanhamento.
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Quais informações um relatório de inspeção de vasos de pressão deve apresentar?
O relatório de inspeção de vasos de pressão é um documento que ajuda a guiar a equipe técnica nas checagens que precisam ser feitas, registrar tudo que foi realizado, comprovando a execução do serviço; e reunir recomendações de ações corretivas que podem ser implementadas para solucionar as irregularidades apontadas.
A NR 13 determina que o documento deve obrigatoriamente trazer informações como:
- Dados de identificação do vaso de pressão (nome, fabricante, ano de fabricação, modelo, marca, número de série, etc);
- Categoria ao qual o vaso de pressão pertence;
- Fluídos de serviço;
- Tipo de vaso de pressão inspecionado;
- Tipo de inspeção executada;
- Data de início e término da inspeção;
- Detalhamento das inspeções, dos exames e dos testes realizados;
- Registro fotográfico das irregularidades detectadas nas inspeções;
- Resultados das inspeções e das intervenções executadas;
- Recomendações e providências necessárias;
- Parecer conclusivo sobre a integridade do vaso de pressão;
- Data prevista para a próxima inspeção de segurança;
- Informações de identificação do profissional habilitado e dos responsáveis pela inspeção (nome, assinatura, número do registro no conselho).
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Qual a periodicidade de inspeção de vasos de pressão?
A NR 13 determina a periodicidade para realização da inspeção em vasos de pressão conforme a categoria dos equipamentos, veja as definições:
Categoria | Estabelecimento sem SPIE | Estabelecimento com SPIE |
I | Exame externo: 1 ano Exame interno: 3 anos | Exame externo: 3 anos Exame interno: 6 anos |
II | Exame externo: 2 anos Exame interno: 4 anos | Exame externo: 4 anos Exame interno: 8 anos |
III | Exame externo: 3 anos Exame interno: 6 anos | Exame externo: 5 anos Exame interno: 10 anos |
IV | Exame externo: 4 anos Exame interno: 8 anos | Exame externo: 6 anos Exame interno: 12 anos |
V | Exame externo: 5 anos Exame interno: 10 anos | Exame externo: 7 anos Exame interno: a critério |
Como elaborar um cronograma de inspeção de vasos de pressão?
O cronograma de inspeção de vasos de pressão pode ser elaborado a partir das normativas da NR 13 ou através de históricos de funcionamento, existência de ocorrências ou outros aprendizados da equipe técnica que indiquem o melhor momento para a realização das inspeções.
Ele pode ser feito em planilhas como o Excel ou em sistemas digitais que integram toda a operação com funcionalidades para cada etapa do serviço.
No Excel a configuração do plano de inspeção pode ser através da construção de tabelas que reúnam informações sobre a periodicidade e tipo de inspeção a ser realizada, quais checagens e verificações precisam acontecer em cada inspeção e as datas programadas.
O Produttivo desenvolveu um plano de manutenção em formato de calendário, que pode ser adaptado à sua operação. O material pode ser baixado de graça, confira:

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Outra opção são os sistemas digitais como o Produttivo, que permitem que as inspeções sejam agendadas automaticamente de acordo com a periodicidade em que devem acontecer.

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O sistema também notifica a equipe técnica no aplicativo sobre datas de realização das inspeções e detalhes como cliente, endereço e demais instruções necessárias à execução do serviço, confira:


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Quais informações devem ser fixadas no corpo dos vasos de pressão?
A identificação dos vasos de pressão é outra exigência da NR 13 que determina que uma placa seja fixada nos equipamentos contendo informações sobre ele como:
- Número de identificação;
- Categoria do vaso de pressão;
- Fabricante;
- Ano de fabricação;
- Pressão máxima de trabalho admissível;
- Código de construção e ano de edição.
Quem pode inspecionar vasos de pressão?
A inspeção de vasos de pressão só poderá ser realizada por profissionais legalmente habilitados e capacitados, com conhecimentos técnicos sobre o processo e sobre o equipamento.
O profissional mais indicado para a realização desse tipo de trabalho é o engenheiro mecânico.
Quais documentos sobre os vasos de pressão devem ser emitidos?
Quem define quais documentos devem ser de apresentação obrigatória para empresas que têm vasos de pressão também é a NR 13, em seu item 13.5.1.5, que traz a seguinte listagem:
- Código de construção e ano de edição;
- Especificação dos materiais;
- Procedimentos utilizados na fabricação, montagem e inspeção final;
- Metodologia para estabelecimento da PMTA;
- Conjunto de desenhos e demais dados necessários ao monitoramento da sua vida útil;
- Pressão máxima de operação;
- Registros da execução do teste hidrostático de fabricação;
- Características funcionais;
- Dados dos dispositivos de segurança;
- Ano de fabricação e categoria do vaso;
- Registro de segurança;
- Projeto de alteração ou reparo;
- Relatórios de inspeção de segurança;
- Certificados de inspeção e teste dos dispositivos de segurança.

Qual a importância da inspeção de vasos de pressão?
Realizar a inspeção de vasos de pressão é importante para a empresa que cumpre a legislação, para os colaboradores que têm mais segurança e para o equipamento que tem sua vida útil preservada. Confira:
Aumento da segurança no ambiente de trabalho
A inspeção de vasos de pressão analisa todo o funcionamento do equipamento, procurando por não conformidades e fazendo um diagnóstico completo do equipamento.
Isso significa que se as inspeções forem realizadas na periodicidade correta, os riscos do equipamento diminuem porque eles são identificados e corrigidos antes que possam causar acidentes graves, vazamentos ou explosões.
Redução de não conformidades
Através das inspeções, as não conformidades são identificadas e corrigidas com mais rapidez e facilidade, o que faz com que os equipamentos tenham sua performance e vida útil preservadas, funcionando corretamente e por mais tempo.
Conformidade com normas e legislações
Através do relatório emitido após a inspeção de vasos de pressão, fica claro para os gestores as recomendações e o que deve ser adequado.
Com isso a empresa sabe exatamente o que precisa fazer para estar em conformidade com legislações, normas regulamentadoras e demais fiscalizações que possam existir.

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