LCC, ou custo de ciclo de vida, é um cálculo que ajuda a determinar quais são os gastos gerados pelo equipamento durante toda a sua vida útil.
Ele pode servir como base na tomada de decisões, ajudando a definir qual estratégia é financeiramente mais vantajosa na hora de escolher entre fazer a manutenção ou a substituição total do ativo.
Entenda melhor como funciona o LCC e veja como fazer o cálculo no artigo a seguir.
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O que é LCC?
LCC é a sigla para Life Cycle Cost, ou custo de ciclo de vida. Esse cálculo ajuda a estimar quais despesas serão geradas pelo ativo ao longo de sua vida útil, facilitando a tomada de decisões.
Consideramos como ciclo de vida o período desde a aquisição do equipamento até o seu descarte, incluindo também custos de operação e manutenção.
Tendo essas informações, fica mais fácil tomar decisões que impactam nas finanças da empresa. Olha só algumas perguntas que o LCC pode responder:
- É financeiramente mais vantajoso comprar meu próprio equipamento ou alugar de terceiros?
- Do ponto de vista econômico, faz mais sentido investir na manutenção preventiva ou na manutenção corretiva?
- Entre a marca A e a marca B, qual me trará menos despesas a curto e longo prazo?
- É melhor realizar reparos cada vez que o equipamento apresentar falha, ou optar logo pela troca total?
E muitas outras questões diretamente ligadas à saúde financeira da empresa.
Objetivos do LCC
O cálculo do LCC ajuda no melhor entendimento das operações da empresa e na tomada de decisões, principalmente as de caráter econômico. Na prática, alguns objetivos do custo de ciclo de vida são:
- Definir prioridades;
- Classificar todo o maquinário utilizado pela empresa, facilitando a análise de criticidade;
- Reduzir gastos com base em cálculos;
- Estimar despesas de projetos e operações, avaliando sua viabilidade conforme os gastos estimados;
- Embasar decisões de investimentos;
- Melhor utilização dos ativos com base no tipo de manutenção mais indicado para cada um;
- Ajudar na escolha de opções mais econômicas.
O principal objetivo do LCC é definir quais serão os possíveis investimentos que aquele ativo vai demandar. É a partir dessa informação que podemos estabelecer quais são seus objetivos secundários.
Qual é a importância do LCC?
Como o LCC está diretamente relacionado à saúde financeira da empresa, podemos citar muitos benefícios da sua aplicação, tais como:
Prolonga a vida útil dos equipamentos
Com o LCC calculado, é possível traçar estratégias de manutenção que ajudem a estender a vida útil do ativo, garantindo que o equipamento permaneça em operação por mais tempo e retardando a necessidade de sua substituição total.
Aumenta a confiabilidade da operação
Com os investimentos certos, você aproveita melhor seus equipamentos e recursos, aumentando a confiabilidade dos ativos, que estarão desempenhando corretamente suas funções porque todo o investimento foi calculado e aprovado.
Eleva a produtividade
Não esqueça que o LCC não está relacionado apenas aos gastos, mas aos benefícios que o equipamento pode trazer à empresa. Portanto, a escolha correta dos ativos e do planejamento da manutenção de cada um ajuda a garantir o máximo desempenho.
Reduz os gastos com manutenção
Lembra das perguntas que o LCC pode responder? É a partir dele que podemos traçar um plano de manutenção e assim se antecipar às falhas, diminuindo os custos com manutenções emergenciais e paradas não programadas que levam a perdas na produção.
Melhora a saúde e segurança dos colaboradores
A segurança do trabalho também se beneficia do LCC: ao analisar o impacto financeiro do maquinário, levamos em consideração também despesas operacionais, inclusive potenciais gastos com acidentes e outros riscos.
O investimento em equipamentos seguros é mais vantajoso que o prejuízo em caso de problemas de funcionamento que possam ameaçar a saúde e segurança dos colaboradores.
Mais eficiência energética
Como o LCC abrange diferentes impactos na utilização do ativo, leva-se em consideração também o consumo de recursos, como energia, e o seu bom aproveitamento, favorecendo a eficiência energética.
Mais rentabilidade do negócio
O principal objetivo do LCC é informar sobre os gastos a serem gerados pelo ativo para assim auxiliar na tomada de decisões estratégicas, por isso esse cálculo está diretamente relacionado à rentabilidade do seu negócio.
Como calcular o LCC?
Para calcular o LCC, é preciso ter alguns dados em mãos:
- IC: initial cost, ou custo inicial. É composto pela soma do custo inicial de aquisição (Cic) e custos de instalação (Cin);
- RC: residual cost, ou custo residual. É resultado da soma de:
- Custo de energia (Ce): quais serão os gastos gerados pelo acionamento do sistema;
- Custo de mão de obra (Co): quanto será gasto com colaboradores para fazer a operação do ativo;
- Custo de manutenção (Cm): despesas com reparos e manutenção planejada;
- Custo de parada (Cs): perdas na produção em caso de suspensão das atividades;
- Custos ambientais (Cenv): impacto ambiental causado pela máquina;
- Custo de disposição final (Cd): desmontagem e descarte do equipamento.
De maneira resumida, a fórmula do custo de ciclo de vida é:
LCC = IC + RC
Vamos imaginar um equipamento cujo Cic é de R$1.000. Além desse valor, há um Cin de R$350. Portanto, nosso IC é de R$1.350.
Esse equipamento gerará anualmente um Ce de R$1.200, um Co de R$20.000, um Cm de R$500, um Cs de R$2.000, Cenv de R$250 e um Cd de R$1.000, totalizando R$24.950.
Portanto:
LCC = (1.000 + 350) + (1.200 + 20.000 + 500 + 2.000 + 250 + 1.000)
LCC = 1.350 + 24.950 = 26.300
LCC = 26.300
Agora vamos imaginar um equipamento semelhante, mas de marca concorrente:
| Marca A | Marca B | |
| Cic | 1.000 | 750 |
| Cin | 350 | 350 |
| Ce | 1.200 | 1.500 |
| Co | 20.000 | 20.000 |
| Cm | 500 | 750 |
| Cs | 2.000 | 3.000 |
| Cenv | 250 | 500 |
| Cd | 1.000 | 750 |
A princípio, o ativo da marca B parece ser mais barato, pois alguns valores, inclusive o preço de compra, são menores que os da marca B. Porém, ao calcular o custo de ciclo de vida de cada um vemos que o LCC da marca A é de R$26300, enquanto o LCC da marca B é de R$27600. Desse modo, o ativo da marca A, ainda que inicialmente mais caro, é mais econômico a longo prazo.
Na hora de tomar uma decisão, você deve levar em consideração não só o preço inicial do ativo, mas também os possíveis gastos a serem despendidos ao longo do tempo. Ou seja, um equipamento inicialmente mais barato pode não ser mais vantajoso a longo prazo.
Outro dado que pode facilitar essa análise é o conhecimento da vida útil estimada para o ativo, além de outros indicadores de manutenção.
Quais são as etapas do ciclo de vida?
Antes de aplicar a metodologia do LCC na sua empresa, é interessante entender em como o ciclo de vida dos equipamentos funciona:
Identificação de necessidade
Qual foi a situação que gerou a necessidade por aquele equipamento ou serviço? Analise sua operação e identifique o que causou a demanda.
Planejamento
Sabendo qual a origem da demanda, é preciso se planejar para entender como a implementação do sistema irá solucionar aquela necessidade. Use essa etapa para definir os objetivos que quer alcançar.
Projeto
É na fase de projeto que definiremos como a aquisição vai se adequar à empresa, e não só à demanda que gerou a necessidade. É possível que não haja espaço para aquela implementação, mas isso precisa ser analisado por meio de um projeto.
Aquisição
Se sua demanda foi aprovada dentro do projeto, chegou a hora de usar o LCC para decidir qual produto ou serviço será adquirido. Lembre-se que o custo inicial é só um dos fatores que precisam ser observados.
Comissionamento e implantação
Lembra que anteriormente falamos do Cin, o custo de instalação? Ele engloba todos os gastos gerados pela implantação do ativo — da instalação técnica à capacitação dos funcionários para sua utilização.
Operação e manutenção
Com o ativo adquirido e instalado, ele já pode começar a operar. Essa é a etapa mais longa do ciclo de vida do equipamento.
Ao longo da utilização, não se esqueça de considerar os cuidados necessários, como as intervenções preventivas e a manutenção corretiva para reparo de eventuais falhas.
Leia também: Manutenção preventiva e corretiva: entenda as diferenças
Modificações ou atualizações
Durante o ciclo de vida da máquina, ela pode precisar de modificações ou atualizações para que continue a operar corretamente. Essas melhorias podem ser sugeridas pelo fabricante ou até identificadas na manutenção preditiva.
Descomissionamento e descarte
O descarte é a etapa final do ciclo de vida de um ativo, quando ele encerra sua vida útil. Isso não quer dizer que o equipamento deixou de funcionar, apenas que ele não é mais vantajoso para a empresa.
Alguns maquinários são tão caros que é financeiramente mais vantajoso realizar a manutenção preventiva e corretiva quando necessário, aumentando sua vida útil e retardando a necessidade de substituição total do ativo até que seja inevitável.
Por outro lado, alguns equipamentos não compensam o investimento em manutenção; desse modo, é mais interessante fazer a troca total do ativo. O custo de ciclo de vida vai te ajudar a definir qual é a estratégia mais adequada para a sua empresa.
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Além disso, é possível emitir um QR Code exclusivo para cada ativo. Na hora de abrir o chamado, é só escanear o código e solicitar a manutenção.
E com o plano de manutenção, os reparos podem ser agendados automaticamente, para você não perder nenhum serviço.
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