gestor agendando manutenção baseada no tempo

Manutenção baseada no tempo: o que é e 3 passos essenciais

Aposto que você já ouviu que deve ir ao médico pelo menos uma vez ao ano, não é? Não porque está se sentindo mal, mas porque gostaria de saber como está a sua saúde, por meio de exames de sangue e da avaliação médica. Quando você faz um check-up anual, podemos dizer que está realizando em si mesmo uma manutenção baseada no tempo.

Isso acontece porque, mesmo que você não esteja apresentando sintomas, gostaria de saber se tem algo que pode indicar algum problema silencioso, ou que pode ameaçar sua saúde a longo prazo, como colesterol alto, falta de vitaminas ou hormônios desregulados. 

Sabia que máquinas e equipamentos  também podem precisar de um check-up? Essa consulta, que pode acontecer em períodos variados e baseia-se nas especificidades de cada ativo, se chama manutenção baseada no tempo. Neste artigo, reunimos tudo o que você precisa saber sobre ela. Boa leitura!

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O que é manutenção baseada no tempo?       

A manutenção baseada no tempo, também chamada de TBM por causa do seu nome em inglês (Time Based Maintenance), consiste em utilizar um cronograma fixo para observar, avaliar e agendar os reparos identificados em ativos.

A manutenção baseada no tempo é um dos tipos específicos de manutenção preventiva. Por isso, seu foco é evitar que ativos apresentem falhas. As verificações periódicas têm o objetivo de identificar pequenas questões antes que elas se tornem um problema mais sério futuramente. 

Nesse tipo de manutenção, a condição do ativo não é um critério para que deixe de ser inspecionado. A partir do momento em que é escolhida uma periodicidade para realizar a manutenção daquele equipamento, o calendário é seguido à risca.

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Exemplos de manutenção baseada no tempo   

Esse tipo de manutenção pode ser utilizado em diversas áreas. Vamos ver exemplos de práticas de manutenção baseada no tempo em alguns segmentos?

Leia também: Plano de Manutenção, Operação e Controle para aparelhos de refrigeração e climatização

Quais são as vantagens da manutenção baseada no tempo? 

Existem vários benefícios em aplicar a manutenção baseada no tempo nos ativos da sua empresa. Vamos conferir os principais?

Economia

Apesar de parecer caro manter uma rotina de manutenções, em determinados tipos de ativo, a manutenção baseada no tempo é a mais econômica. Isso acontece principalmente porque, nesse tipo de atividade, é possível escolher horários estratégicos, que não comprometam a produção, para vistoriar e reparar os ativos. 

Isso nem sempre é possível com a manutenção corretiva, por exemplo, utilizada depois que a máquina já apresentou alguma falha. Nesses casos, o ativo pode ter parado de funcionar completamente, precisando ser arrumado ou substituído imediatamente. Ou ainda estar funcionando de maneira que prejudica a velocidade da produção, qualidade do produto final ou segurança dos trabalhadores.

Realizar o conserto ou troca urgente do equipamento costuma ser mais caro do que utilizar a manutenção baseada no tempo, além de impactar nos lucros por conta do tempo de inatividade. Logo explicaremos em que tipos de ativos faz sentido aplicar cada tipo de manutenção.

Facilidade

Diferente da manutenção preditiva, que precisa da instalação de determinadas tecnologias para funcionar, a manutenção baseada no tempo não precisa de muitas coisas para ser implementada. 

O passo a passo para esse tipo de manutenção, como você verá mais adiante, é bem simples e exige poucos processos.

Previsibilidade

Ao seguir um calendário de manutenção, fica fácil planejar outras atividades sem precisar considerar se os ativos estarão disponíveis para realizá-las. Afinal de contas, a manutenção baseada no tempo acontece sempre com a mesma periodicidade, e tem como objetivo manter seus ativos funcionando da melhor forma possível. 

Além disso, a chance de ter problemas inesperados no seu ativo diminui consideravelmente, já que as pequenas questões estão sendo resolvidas antes de se tornarem algo maior.

Segurança

A manutenção baseada no tempo ajuda a garantir que seus ativos sigam as orientações corretas de funcionamento e estejam em bom estado. Isso diminui muito a chance de acidentes de trabalho relacionados a problemas com o maquinário. 

Desempenho e vida útil

A manutenção baseada no tempo identifica problemas antes que eles se tornem críticos e monitora constantemente a performance dos equipamentos. Essas práticas, além de garantirem o melhor rendimento possível, evitam a deterioração dos ativos e prolongam sua vida útil.

Qual a diferença entre a manutenção baseada no tempo e outros tipos de manutenção?

Cada um dos tipos de manutenção tem as suas especificidades. Vamos conferir como a manutenção baseada no tempo se compara com alguns outros tipos de manutenção?

Manutenção preventiva

Já vimos que a manutenção baseada no tempo é um dos tipos de manutenção preventiva. Agora vamos conferir a diferença entre ela e a outra opção de manutenção preventiva:

Manutenção baseada no uso

Nesse tipo de manutenção, em vez de levar em consideração o tempo, o critério varia de acordo com o uso de cada ativo. Reunimos alguns exemplos:

  • Trocar o óleo do carro a cada 5.000 km rodados;
  • Realizar inspeção quando o motor de uma máquina atingir 130°C;
  • Limpar engrenagens e lubrificar peças de um elevador a cada 30.000 vezes que ele para em um andar;
  • Inspecionar um ativo a cada 2.000 horas de funcionamento. 

Perceba, no último exemplo, que o tempo pode ser um fator. A diferença é que a manutenção baseada no tempo toma como base o tempo do calendário, geralmente em semanas ou meses. Já a manutenção baseada no uso leva em consideração apenas o tempo em que o aparelho está funcionando, e normalmente é dada em horas. 

Em algumas empresas, utiliza-se a manutenção preventiva mista, que usa o tempo e o uso como critérios equivalentes. Por exemplo, trocar o óleo do carro seis meses após a última troca ou a cada 5.000 km rodados. Ou então, inspecionar um motor a cada quatro meses ou quando ele atingir 130°C. Nesses casos, o que acontecer primeiro configura a necessidade de realizar a manutenção preventiva.

Manutenção preditiva

Na manutenção preditiva, o objetivo é monitorar os ativos em tempo real, utilizando diversas práticas. Alguns exemplos são a termografia (que monitora a temperatura), a análise de vibração, a ferrografia (que analisa partículas encontradas em óleos lubrificantes para determinar o desgaste do ativo) e o ultrassom. 

É a condição dos ativos, determinada a partir dos resultados de indicadores como esses, que determina se é o momento de realizar a manutenção. Diferente da manutenção baseada no tempo, que realiza as manutenções previstas no cronograma, mesmo que os ativos pareçam estar funcionando bem.

Por exigir um investimento maior em equipamentos que permitem análises mais profundas, a manutenção preditiva é indicada para ativos que possuem um custo de manutenção maior.

Manutenção corretiva

A manutenção corretiva consiste em esperar que os ativos apresentem problemas no funcionamento para corrigi-los. Não há um acompanhamento no equipamento enquanto ele está funcionando corretamente. 

Normalmente, os ativos precisam ser reparados com urgência, e é necessário parar a produção para realizar esses reparos. Mas existe uma modalidade em que isso não é necessário:

Manutenção corretiva planejada

A manutenção corretiva planejada pode ser uma consequência da manutenção baseada no tempo. Isso acontece quando a manutenção baseada no tempo detecta um problema que precisa ser resolvido, mas não está causando falhas operacionais grandes o suficiente para que a manutenção corretiva precise acontecer imediatamente. A partir da identificação do problema, é agendado um momento para que ele seja corrigido. 

Quando utilizar a manutenção baseada no tempo?

A escolha da estratégia de manutenção ideal depende de vários fatores. Lembra do exemplo da consulta de check-up que falamos lá em cima? Vamos pensar nele de uma maneira mais aprofundada para te ajudar a entender melhor. 

Você já percebeu que o médico segue um padrão nos exames que pede? Já se perguntou o porquê de ele não pedir ultrassons, tomografias ou ressonâncias com frequência para pacientes saudáveis? Isso acontece porque esses exames são exames caros demais, utilizados para investigar condições específicas ou até mais graves, podendo apresentar risco de vida. Precisam ser feitos somente quando o paciente apresenta queixas que os justifiquem. 

Com os equipamentos, a lógica é a mesma: alguns ativos são muito importantes para a produção e têm indicativos de que precisam ser monitorados frequentemente. Para isso, a manutenção indicada é a preditiva. Apesar de ser mais cara por conta da tecnologia necessária para acompanhar os indicadores, vale a pena, evitando falhas que poderiam ser fatais. 

Ainda pensando na consulta de rotina, o médico também não costuma, no exame físico, avaliar condições de pele, como acne ou caspa, por exemplo. Essa prática não é comum porque, nessas situações, não vale a pena investir tempo de consulta ou dinheiro, já que essas coisas não causam nenhum prejuízo significativo na sua saúde e podem facilmente ser resolvidas num atendimento dermatológico.

Existem máquinas que seguem a mesma lógica dos problemas de pele: não são essenciais para a produção e são fáceis de resolver ou substituir. Nesses casos, a solução seria aplicar a manutenção corretiva.

Em quais ativos, então, aplicar a manutenção preventiva? Esse tipo de manutenção é recomendado para ativos que são parte importante do processo produtivo, mas que não possuem indicativos de problemas pré-existentes que precisam ser monitorados. Além disso, são equipamentos cujo conserto ou substituição custa mais caro que a prevenção. 

Quando você identifica que seu ativo precisa de uma manutenção preventiva, resta escolher se a manutenção será baseada no tempo ou no uso. Organizamos uma tabela com as maiores diferenças:

Manutenção baseada no tempoManutenção baseada no uso
Acontece sempre com a mesma frequênciaA frequência pode variar dependendo do padrão de uso do ativo
As chances de esquecimento são menores, já que você pode programá-la com antecedência no seu plano de manutençãoExige sensores ou alguma outra maneira de monitoramento para identificar o momento de realizar a manutenção
Indicada para ativos que são utilizados durante períodos de tempo semelhantes a cada dia ou semanaIndicada para ativos com uso inconstante

Se fizer sentido para seus ativos, você pode adotar a manutenção preventiva mista, que leva em conta tanto o uso quanto o tempo. O importante, quando você escolher a melhor estratégia para a sua empresa e seus ativos, é registrar tudo num plano de manutenção, para que a aplicação do que foi idealizado funcione sem problemas.

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3 passos para implementar a manutenção baseada no tempo   

Vamos conferir as práticas para aplicação da manutenção baseada no tempo? Separamos o passo-a-passo pra você:

Passo 1 – Avaliação dos ativos   

Você já sabe para quais tipos de ativos a manutenção baseada no tempo é indicada. Mas como avaliar seus ativos para entender se eles se encaixam nos padrões estabelecidos?

Inventário

Criar um inventário para os seus equipamentos pode ser uma ótima forma de entender as necessidades de cada um. Nele, você pode trabalhar com data de aquisição, frequência de uso, histórico de falhas e outras informações importantes.

Modelo de Inventário de Equipamentos digital

Análise dos equipamentos

A partir da reunião de todos os dados no inventário, fica fácil usar ferramentas de análise para entender as necessidades do seu equipamento. Reunimos aqui alguns dos métodos mais importantes:

  • Criticidade do ativo – observa como uma parada repentina do ativo afetaria vários aspectos da empresa. A manutenção baseada no tempo é indicada principalmente para ativos com criticidade média ou alta. 
  • Fase de vida do ativo – seus equipamentos também têm fases diferentes da vida. Uma maneira fácil de entender em qual momento o seu ativo está é utilizando a metodologia curva da banheira
  • Falhas do ativo – você sabe dizer se as falhas que seu ativo apresenta são potenciais ou funcionais? Essa informação ajuda a entender quais providências tomar e pode ser obtida a partir da curva PF.

Leia também: Curva ABC, o que é e como usar na manutenção?

Passo 2 – Criação de cronograma

Depois de entender quais ativos precisam da manutenção baseada no tempo, você precisa calcular qual a periodicidade necessária para cada um deles. Para isso, considere questões como recomendações do fabricante, histórico do equipamento e rotina de uso.

Lembre-se que, no início, pode ser necessário fazer mudanças no calendário, para que as manutenções tenham uma periodicidade com um bom balanço entre investimento e resultados. Quando o tempo for calibrado, os ajustes de cronograma se tornam menos frequentes e você desfruta da previsibilidade que esse tipo de manutenção proporciona.

Passo 3 – Implementação e monitoramento  

Quando você implementar a manutenção baseada no tempo, o esperado é que alguns resultados sejam observados. É por isso que é importante monitorar os resultados. Confira duas das métricas essenciais para realizar o monitoramento das atividades de manutenção:

MTBF

Este indicador mede o tempo médio entre as falhas (Mean Time Between Failures, em inglês). O cálculo utiliza três variáveis:

  • Tempo real de disponibilidade (TD) – período de operação do ativo, sem interrupções para reparos;
  • Tempo Total de Manutenção (TM) – tempo em que o equipamento não funcionou porque estava estragado ou em manutenção;
  • P (Número de Paradas) – quantidade de vezes que a máquina não operou por conta de reparos.

A partir desses valores, a fórmula é:

MTBF = (TD – TM) / P

Se um elevador deveria ficar disponível 24 horas por dia, por exemplo, mas teve que ficar 3 horas parado para manutenção pela manhã e 1 hora parado durante a tarde, o cálculo seria:

(24 – 4) / 2 = 10

Quanto maior o MTBF, mais efetiva está sendo a manutenção baseada no tempo.

Leia também: Indicadores de manutenção: o que são e quais os principais

MTTR

Já o MTTF (Mean Time to Failure) é o indicativo que representa o tempo médio que um ativo passa sem apresentar nenhuma falha. A fórmula do MTTR utiliza apenas duas variáveis:

  • Tempo Total de Manutenção (TM) – tempo em que o equipamento não funcionou porque estava estragado ou em manutenção;
  • P (Número de Paradas) – quantidade de vezes que a máquina não operou por conta de reparos.

A fórmula do MTTR é:

MTTR =  MT / P

Vamos tomar como exemplo o mesmo ativo do MTBR, que passa por duas manutenções, uma de 3 horas e outra de 1 hora. Nesse caso, aplicando na fórmula, teríamos:

(3+1) / 2 = 2

Nesse caso, quanto menor é o MTTR, melhor é a performance da equipe de manutenção.

Saiba mais: MTBF e MTTR: o que são e quais as principais diferenças?

Como o Produttivo pode ajudar na manutenção baseada no tempo?

O Produttivo é um software que pode auxiliar na manutenção, em diversas atividades. Vamos conhecer algumas práticas oferecidas?

Inventário

Com o Produttivo, é fácil fazer um inventário dos seus ativos. Você pode incluir todas as informações necessárias, além de fotografias e histórico de manutenções.

 Veja um exemplo de inventário feito no Produttivo:

Teste grátis: Inventário de Máquinas e Equipamentos

Plano de manutenção

Um plano de manutenção bem elaborado é a chave para a saúde de seus ativos. No Produttivo, você pode elaborar seu plano de manutenção preventiva facilmente!

Veja um exemplo de plano de manutenção elaborado pelo Produttivo:

plano de manutenção de motores elétricos automático e digital feito no Produttivo

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Calendário

Uma das funcionalidades do Produttivo é a criação de cronogramas com tarefas que são enviadas diretamente para os responsáveis. O gestor consegue facilmente visualizar quem está responsável por cada tarefa, e o colaborador é notificado sobre os detalhes do serviço que deve ser feito, além de ter fácil acesso ao histórico do ativo.

Monitoramento

Com o Produttivo, você pode calcular automaticamente os indicadores de manutenção para entender o quão efetivo está sendo o trabalho de manutenção desenvolvido no seu negócio! 

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