técnico realizando a ferrografia

Ferrografia: o que é quando usar cada tipo?

Quando você faz um hemograma completo, o objetivo é analisar tamanho e quantidade de hemácias e quantificar as plaquetas e os diferentes tipos de glóbulos brancos. Isso é feito a partir da retirada do sangue do corpo, substância que contém todas as células que devem ser observadas. Você sabia que, na manutenção preditiva, existe uma técnica parecida para monitorar a saúde de seus ativos?

Neste artigo, você vai conhecer a ferrografia, tecnologia que avalia a saúde dos ativos por meio da análise do óleo lubrificante usado por eles. Boa leitura!

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O que é ferrografia?

A ferrografia é uma técnica de manutenção preditiva que serve para monitorar as condições e diagnosticar problemas em ativos a partir da análise de amostras de lubrificantes. Esse método surgiu a partir da constatação de que, antes da falha, toda máquina sofre desgastes que geram partículas. São observados o acabamento, a coloração, a natureza e a morfologia dessas partículas, conhecidas como limalhas.

A partir da ferrografia, é possível identificar questões como tipos de desgastes, desempenho do lubrificante e contaminantes. Apesar do “ferro” no nome, a ferrografia não identifica somente partículas ferromagnéticas, mas também materiais não ferrosos e até mesmo não metálicos, como fibras, fuligem e areia, por exemplo.

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Quais são os tipos de ferrografia?

Existem duas modalidades de ferrografia. Cada uma delas é aplicada em casos diferentes. Veja:

Ferrografia Analítica (AN)

A Ferrografia Analítica, em inglês Analytical Ferrography (AN), também é chamada, incorretamente, de “ferrografia qualitativa”. Esse tipo de ferrografia foca em diagnosticar as causas e o grau dos danos de máquinas. 

O procedimento consiste em colocar uma amostra de óleo usado numa placa de vidro montada num plano inclinado e submetê-la a um forte campo magnético. A partir disso, é utilizada a técnica de microscopia óptica utilizando um ferroscópio (uma espécie de mistura entre um microscópio metalográfico e o microscópio biológico). 

Em outras palavras, cada partícula é analisada individualmente seguindo parâmetros específicos. Veja alguns tipos de análises que podem ser feitas:

Análise do tipo de desgasteAnálise da natureza dos resíduosAnálise da forma dos resíduos
EsfoliaçãoPolímerosEsferas
AbrasãoÓxidosLaminares
CorrosãoContaminantes orgânicos

Depois desse processo, o analista interpreta os resultados e traça a relação entre eles e os vários tipos de desgaste, identificando os problemas com precisão. Dependendo do ativo, é possível dizer com alto grau de certeza quais as peças específicas que precisam ser substituídas antes mesmo de abrir a máquina.

Ferrografia Quantitativa (DR)

A Ferrografia Quantitativa, em inglês Direct Reading Ferrography (DR), funciona da mesma maneira que a Analítica na coleta de resíduos, mas são analisadas questões diferentes. A intenção da Ferrografia Quantitativa é analisar tendências dos ativos, não necessariamente mapear problemas.

Por isso, o exame conta as partículas encontradas e classifica-as de acordo com o seu tamanho. Isso é feito com um contador automático de partículas chamado ferrógrafo. Partículas de 5 µm (micrômetros, unidade mil vezes menor que o metro), são consideradas grandes e classificadas como Large (L). A quantidade de partículas grandes deve ser observada ao longo do tempo. 

As iguais ou menores a 5 µm, são consideradas como pequenas, ou Small (S). Partículas pequenas normalmente são produto do desgaste natural e, a não ser que haja uma diferença considerável entre medidas, não devem ser motivo para preocupação. As partículas que medem mais de 15 µm indicam que a máquina apresenta desgaste severo, e que o problema deve ser resolvido o mais rápido possível.

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Em que ativos a ferrografia é utilizada?

A ferrografia é uma técnica que pode ser usada em todo e qualquer ativo que cumpra dois pré-requisitos específicos. É ideal que a ferrografia seja incluída no Plano de Manutenção de ativos nestas condições:

A primeira exigência é que o ativo deve precisar utilizar óleos lubrificantes durante o seu funcionamento. Afinal, não é possível analisar as limalhas sem o óleo, substância que vai transportá-las até o exterior da máquina.

O segundo pré-requisito é se encaixar nos padrões necessários para utilização da manutenção preditiva. Geralmente, os equipamentos precisam ter um alto grau de criticidade ou maior valor agregado. 

Quando utilizar a ferrografia?

Por ser uma estratégia de manutenção preditiva, a ferrografia deve ser uma atividade prevista no Plano de Manutenção da empresa. A frequência vai depender do tipo, idade, histórico e situação do ativo, além de recomendações do fabricante.

Caso outra estratégia identifique desgastes em alguma máquina, mas não tenha identificado a natureza, estágio ou localidade exata deles, a ferrografia pode ser utilizada para direcionar melhor a manutenção. 

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Qual a importância da ferrografia?

A análise da qualidade do óleo lubrificante após ser utilizado pelo ativo tem várias vantagens. Separamos as principais para você:

  • Verificar se a produtividade da empresa está sendo a melhor possível;
  • Mapear desgastes antes que eles se tornem um problema grave; 
  • Evitar paradas nos ativos para desmontes e trocas de peças desnecessários;
  • Redução do tempo de inatividade
  • Aumentar a vida útil dos ativos.

Saiba mais: Indicadores de manutenção: o que são e quais os principais 

Quais outras técnicas complementam a ferrografia?

Além da ferrografia, existem várias outras técnicas de manutenção preditiva que podem ser úteis. Vamos conferir algumas das principais:

  • Análise de vibrações: consiste em acompanhar a vibração de ativos durante o seu funcionamento, mapeando inconsistências;
  • Termografia: analisa a temperatura, que revela a quantidade de radiação emitida pelas máquinas;
  • Análise de ruído: procura identificar o nível de ruído emitido em determinadas situações, averiguando se ele indica problemas em algum ativo.

Como o Produttivo pode auxiliar na manutenção preditiva?

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