Curva da banheira

O que é a curva da banheira na manutenção e como calcular?

Apesar do nome, a curva da banheira não tem a ver com manutenção predial — é uma ferramenta apresentada em forma de gráfico para medir e acompanhar o desempenho dos ativos conforme as falhas que eles apresentam durante sua vida útil.

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O que é a curva da banheira na manutenção?

Na manutenção, a curva da banheira é uma metodologia que ajuda a monitorar a performance do equipamento por meio de sua taxa de falhas. Em formato de gráfico, a curva da banheira permite entender o desempenho do ativo durante sua vida útil, até o momento de fazer a substituição.

Ao representar graficamente a taxa de falha em relação ao tempo, a curva formada assemelha-se à forma de uma banheira, daí o nome.

Conforme vemos na imagem acima, o gráfico da curva da banheira é uma representação visual do tempo de vida do equipamento pela taxa de falhas.

Via de regra, considera-se que os ativos possuem alta taxa de falhas durante o início da sua vida útil por conta de problemas de fabricação ou instalação e peças com defeito, entre outras.

À medida que essas falhas iniciais são corrigidas, o equipamento entra em um período de estabilidade, com menos falhas. Ao final da sua vida útil, o equipamento volta a apresentar alta taxa de falha, já que está em processo de depreciação.

Vamos entender melhor sobre as três fases da curva da banheira:

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Taxa de falha decrescente para mortalidade infantil

Conhecida também como o primeiro período, essa taxa é caracterizada por falhas prematuras que, segundo estudos realizados, normalmente são resultado de causas identificáveis, tais como falhas de projeto, de produção, uso inadequado ou instalação incorreta.

É a primeira parte do gráfico da curva da banheira, por isso sua linha começa alta e vai caindo, à medida que o equipamento apresenta estabilidade na taxa de falhas.

Taxa de falha constante para vida útil

Aqui a taxa de falhas começa a ter uma linha constante, mas, geralmente, é um percentual menor do que nas outras fases. Alguns exemplos de origem dessas falhas são: impactos mecânicos, interferência indevida, variações bruscas de temperatura, dimensionamento incorreto, sobrecargas, erros humanos de operação durante o uso, condições operacionais de processo e fenômenos naturais imprevisíveis.

Nessa etapa do gráfico, a linha se estabiliza, representando falhas normais e aleatórias ao longo da vida útil do ativo.

Taxa de falha crescente e sem limite para desgaste

O desgaste de componentes, como trincas, fadiga, deterioração mecânica, química ou hidráulica, falta de manutenção, manutenção insuficiente ou deficiente, entre outros fatores,  é a principal característica dessa etapa. O mais indicado para tratar esses desgastes é a manutenção preditiva, pois tendo a informação de que o equipamento irá falhar, é de responsabilidade da manutenção programar um período para substituir ou reformar o equipamento. 

Quando a taxa de falhas volta a crescer após o período de estabilidade, é um indicativo de que o equipamento está se aproximando do final da sua vida útil. Nesse caso, recomenda-se avaliar a possibilidade de fazer a troca total do ativo.

Qual o objetivo da curva da banheira?

O objetivo da análise da curva da banheira é entender a confiabilidade de um equipamento ao longo do tempo, identificar a causa raiz das falhas e, assim, potencializar o funcionamento do ativo.

Essa abordagem é muito usada em setores como eletrônica, aviação, automotivo e outras indústrias onde a confiabilidade do maquinário é crítica.

Leia também: RCM: O que é manutenção centrada na confiabilidade?

Por que a curva da banheira é importante?

A curva da banheira é importante na engenharia de confiabilidade e manutenção por várias razões:

  • Identificação de falhas iniciais: a fase inicial da curva da banheira destaca as falhas que ocorrem no início da vida útil de um ativo, muitas vezes devido a defeitos de fabricação, instalação ou outros problemas relacionados. Identificar e corrigir esses problemas é essencial para melhorar a confiabilidade e a qualidade do produto ao longo da sua vida útil;
  • Manutenção preventiva: compreender a fase de falhas aleatórias ajuda na implementação de estratégias de manutenção preventiva. Durante esse período, a taxa de falha é relativamente constante, e a manutenção pode ser programada para evitar falhas inesperadas, reduzindo assim o tempo de inatividade e os custos associados;
  • Estratégia de manutenção: além de ajudar na priorização da manutenção preventiva, a curva da banheira facilita a escolha do tipo de manutenção mais adequada ao estágio em que se encontra o equipamento;
  • Planejamento de substituição e atualização: à medida que o sistema envelhece e entra na fase de desgaste, torna-se importante planejar a substituição ou atualização de componentes críticos antes que sua taxa de falha aumente significativamente, evitando falhas graves e melhorando a disponibilidade a longo prazo;
  • Análise de confiabilidade do sistema: a curva da banheira ajuda a entender a confiabilidade de um equipamento ao longo do tempo, já que a chance do problema ocorrer depende das várias fases do seu ciclo de vida;
  • Melhoria contínua: por facilitar a detecção e correção de falhas, a análise da curva da banheira permite a identificação de pontos de melhoria, contribuindo para o seu aprimoramento contínuo;
  • Estimativa de vida útil e ciclo de vida do produto: ao analisar a curva da banheira, é possível fazer estimativas sobre a vida útil do produto e planejar procedimentos para estender essa vida útil por meio da estratégia de manutenção adequada.

Por isso, a análise da curva da banheira é essencial para a gestão da manutenção, estimativa de vida útil, planejamento e garantia da qualidade em diversos segmentos.

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Como a curva da banheira pode ser usada para avaliar a taxa de disponibilidade?

A disponibilidade é um dos principais indicadores de manutenção, e mede a capacidade de um equipamento estar operacional e pronto para desempenhar suas funções quando necessário.

A curva da banheira é uma representação gráfica e visual do ciclo de vida dos ativos, permitindo estimar e prever os períodos de maior ou menor disponibilidade conforme a fase em que se encontram.

A tendência é que a disponibilidade seja menor no período de falha inicial, se estabilize durante o período de constância e então volte a cair.

Também é possível calcular a disponibilidade por meio de uma fórmula. Para te ajudar com esse cálculo, o Produttivo criou um material totalmente gratuito, a Planilha Indicadores de Manutenção.

Ela já vem com as fórmulas prontas para uso, basta substituir com as suas informações que a planilha faz a conta automaticamente. Além de calcular a disponibilidade, a planilha te ajuda a calcular indicadores como MTBF e MTTR, taxa de falhas, CPMV e outros.

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Quais são os principais métodos para reduzir falhas no período de mortalidade infantil?

O período de mortalidade infantil, que é aquela fase de falhas iniciais da curva da banheira, pode ter sua taxa de falha diminuída com alguns planos de ação adequados. Vamos ver quais métodos podem auxiliar nesse período:

Depuração

O teste de depuração deve ser realizado ainda na fábrica para detectar falhas e corrigi-las quando possível, de modo que os equipamentos com defeito sejam reparados ou descartados. Nesse caso, são realizadas análises e ações de manutenção preditiva que indicam qual o estado do ativo com base em sensores IoT e outras tecnologias.

Aceitação e confiabilidade

Já os testes de aceitação avaliam periodicamente a confiabilidade do equipamento. Eles são realizados principalmente quando há alguma alteração nos materiais, processos ou ferramentas utilizados no ativo.

Um exemplo aqui é a análise FMEA.

Controle de saúde e qualidade

Por sua vez, o controle de saúde e qualidade busca por qualquer tipo de variação no comportamento normal do equipamento para apontar falhas e corrigi-las. Um exemplo de teste realizado no controle de qualidade é a análise de vibração.

Ensaios acelerados e testes de burn-in

Por fim, os testes de burn-in submetem o equipamento a condições normais de funcionamento e até mais exigentes, observando o comportamento do maquinário e sua capacidade para obter os resultados desejados.

Como calcular a curva da banheira?

A curva da banheira não é calculada diretamente por uma fórmula, mas é derivada a partir da análise da taxa de falha de um equipamento ao longo do tempo. A taxa de falha é geralmente expressa como o número de falhas por unidade de tempo.

Para entender a curva da banheira, é comum realizar testes de confiabilidade e outros indicadores, coletando dados sobre a taxa de falha ao longo do tempo. Esses dados podem ser usados para construir um gráfico que representa a taxa de falha em função do tempo.

A partir dos indicadores coletados com a análise de confiabilidade e outros testes, é possível aplicar o gráfico da curva da banheira ao equipamento e assim estimar em qual estágio ele se encontra e quais são as próximas fases.

Portanto, embora não haja uma fórmula para calcular a curva da banheira, a análise dos dados de taxa de falha e outros indicadores ao longo do tempo é fundamental para compreender e representar graficamente a vida útil do ativo.

Para calcular a taxa de falha, uma opção é usar a Planilha Indicadores de Manutenção do Produttivo. Totalmente gratuita, ela já vem com a fórmula pronta para você calcular a taxa de falha dos equipamentos automaticamente, olha só:

Fórmula da taxa de falha

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Como a tecnologia pode ajudar na curva da banheira?

Para monitorar a vida útil do equipamento e compreender de que forma ele atua ao longo do tempo, o mais indicado é contar com o apoio da tecnologia e ter um panorama completo em tempo real.

Com o apoio de um aplicativo, como o Produttivo, você pode fazer o planejamento, execução e acompanhamento dos serviços em campo.

O Produttivo é um sistema que conta com modelos prontos de relatórios, ordens de serviço e checklists de manutenção para registrar a inspeção de equipamentos e ainda ter acesso ao histórico.

Olha só um modelo de ordem de serviço digital preenchida pelo aplicativo:

O preenchimento é feito pelo próprio técnico diretamente pelo celular ou tablet durante a manutenção, enquanto o gestor acompanha tudo em tempo real, mesmo à distância, por meio do painel web.

Os modelos prontos ainda contam com recursos como:

  • Personalização das questões com mais de 13 opções, como textos longos ou curtos, valor de peças e serviços, questões de múltipla escolha ou seleção única, fotos, assinatura digital e muitos outros;
  • Personalização do relatório após o preenchimento com as cores e logo da empresa ou do cliente;
  • Preenchimento automático do cabeçalho com base nos cadastros do sistema, agilizando o atendimento;
  • Envio automático do relatório preenchido por WhatsApp ou e-mail;
  • E muito mais!

O Produttivo ainda conta com a funcionalidade plano de manutenção, que permite agendar as atividades com antecedência e assim garantir que todos os equipamentos sejam inspecionados conforme o cronograma.

Exemplo de como funciona a criação de planos de manutenção automáticos e digitais no Produttivo

Já o recurso indicadores de manutenção mostra os principais dados da empresa em formato de gráficos, para entender melhor os gargalos da sua operação.

Exemplo ilustrativo de como são os gráficos de indicadores do sistema do Produttivo

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