mulher apontando para um computador em uma apresentação com dados da curva abc

Curva ABC: o que é e como usar na manutenção?

A Curva ABC é uma metodologia utilizada em diversos segmentos para definição de prioridades e cálculo da matriz de criticidade.

Na manutenção, ela pode ser usada para classificação dos equipamentos como uma aliada do plano de manutenção. A seguir, veremos a importância dessa ferramenta, como calcular e dicas para implementar na sua empresa.

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O que é a Curva ABC?

A Curva ABC é uma ferramenta que ajuda a definir a prioridade dos ativos que a empresa trabalha. É muito usada na gestão de estoques, mas pode ser aplicada em muitos outros segmentos, inclusive na manutenção.

No caso do controle de materiais, a curva ABC indica quais são os produtos mais valiosos levando em consideração alguns critérios, como sua participação no faturamento, severidade das falhas (no caso de equipamentos) e outros parâmetros.

Os itens são classificados entre A, B e C conforme seu grau de importância. Continue lendo para entender como essa classificação é feita.

O que é Curva ABC na manutenção?

Assim como na gestão de estoque e outras utilizações da curva ABC, na manutenção essa metodologia ajuda a definir quais equipamentos têm prioridade, principalmente na hora de estabelecer a frequência das inspeções.

A partir da classificação dos ativos conforme seu grau de importância, podemos definir qual tipo de manutenção é o mais indicado para cada um e a frequência. Por isso, a curva ABC é uma aliada na elaboração do plano de manutenção.

Estabelecendo a prioridade dos ativos conforme alguns critérios (falaremos mais sobre isso adiante), o gestor entende quais equipamentos são cruciais e não podem parar, de modo que devem receber manutenção preventiva para evitar falhas prejudiciais.

A curva ABC também indica a relação entre custo de manutenção e a criticidade do equipamento, apontando as situações em que a manutenção corretiva é mais vantajosa para a empresa.

Qual a importância da Curva ABC?

A curva ABC permite determinar quais são os itens ou equipamentos mais importantes, sendo um ponto de partida para controle de estoque e para determinar a criticidade dos ativos.

Sua aplicação ajuda a:

  • Reduzir o estoque excedente;
  • Evitar o desperdício de materiais;
  • Melhorar o andamento dos processos;
  • Diminuir o tempo de parada do maquinário;
  • Aumentar a produtividade;
  • Minimizar o impacto de imprevistos;
  • Eliminar o retrabalho.

É uma ferramenta que pode ser usada por diferentes segmentos para que o gestor tenha mais controle sobre a operação como um todo.

Onde a Curva ABC é utilizada?

A curva ABC é utilizada principalmente na gestão de estoques, mas também pode ser usada em:

  • Matriz de criticidade na manutenção;
  • Definição de preços;
  • Serviços administrativos;
  • Atendimento ao cliente;
  • Organização de informações;
  • E muitos outros segmentos.
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Como a Curva ABC funciona?

Como falamos anteriormente, a curva ABC baseia-se em alguns critérios para definir a importância dos ativos. 

A mesma metodologia de classificação pode ser usada para definir o grau de importância dos clientes, do maquinário (é o caso da curva ABC na manutenção, como veremos mais adiante) e outros segmentos.

Seguindo o método, os itens são classificados da seguinte forma:

Curva A: produtos mais importantes

Os produtos classificados como A são os mais importantes, pois representam uma grande fatia do faturamento. São considerados itens classe A aqueles que representam apenas 20% do estoque, mas 80% da renda.

Na manutenção, a classificação A é reservada para ativos de alta importância, que não podem parar pois qualquer falha ou suspensão das atividades prejudica o andamento da operação.

Curva B: produtos intermediários (ou de importância média)

Os itens classe B são os intermediários, ou de importância média. Normalmente são 30% do estoque, representando 15% do faturamento.

Para máquinas e equipamentos, são classificados como B os ativos que podem causar transtornos caso não estejam operando normalmente, mas que não são críticos.

Curva C: produtos menos importantes

Já os produtos C são aqueles considerados menos importantes, representando 50% do estoque, mas apenas 5% da renda.

Máquinas e equipamentos classe C são aqueles que não têm tanta importância na operação e cujas falhas são de baixo impacto.

Quais são os benefícios de utilizar a curva ABC?

Independentemente do seu segmento, a aplicação da curva ABC pode trazer muitos benefícios para a empresa. Vamos conhecer alguns deles:

Lucratividade

Como a metodologia ajuda a prever demandas e se antecipar a elas, a curva ABC evita gastos desnecessários com produtos de baixa saída e facilita o planejamento financeiro, podendo aumentar a margem de lucro da empresa.

Investimento

A curva ABC também ajuda a identificar gargalos e pontos que precisam de mais investimento, assim a empresa distribui melhor seus recursos e pode priorizar produtos ou processos que gerem mais retorno financeiro.

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Redução de desperdícios

Com o conhecimento do que gera demanda, a empresa pode controlar melhor seu estoque e evitar o acúmulo de produtos que não têm tanta saída, assim há menos desperdício de itens estocados.

Logística otimizada

A curva ABC está diretamente ligada à logística, facilitando a roteirização dos pedidos e coleta de encomendas com base na demanda dos clientes e nos itens mais importantes.

Diminuição de riscos

Dependendo da área de atuação da sua empresa, a curva ABC pode ajudar a reduzir alguns riscos. Por exemplo: aplicando a análise, há menos chance de falta de um item, já que a empresa conhece a demanda e pode se programar para estar sempre à frente.

No caso da manutenção, a curva ABC ajuda a identificar máquinas e equipamentos que apresentam riscos à segurança dos trabalhadores, ao meio ambiente ou até aos resultados da operação.

Mais controle

Tendo mais conhecimento da sua demanda e do seu estoque, é possível fazer uma gestão baseada em dados com maior controle sobre a operação.

Como a Curva ABC ajuda as empresas?

Sabemos que a curva ABC é utilizada para definir prioridades no controle de estoque, cronograma de manutenção e outros segmentos. Mas como ela ajuda as empresas na prática?

Planejamento de compras

Ao saber exatamente quais itens têm alta demanda (e quais ficam encalhados no estoque), é possível planejar suas compras para que a empresa adquira somente o que precisa ser comprado para reposição, sem excesso nem faltas.

Na manutenção, ao saber as peças mais utilizadas em reparos, o gestor pode planejar a compra de modo que essas peças estejam sempre disponíveis.

Planejamento de vendas

A mesma análise pode ser usada para planejamento de vendas: itens com maior retorno financeiro devem receber mais atenção da equipe de vendas, enquanto os produtos com pouca saída podem precisar de promoções ou condições especiais.

Para quem utiliza a curva ABC na classificação de clientes, o planejamento também ajuda na elaboração de estratégias para a migração dos clientes para as classes A e B, aumentando seu rendimento.

Gestão de estoque

Um dos principais objetivos da curva ABC é gestão de estoques, garantindo que a empresa ofereça produtos financeiramente vantajosos e na quantidade necessária para atender às demandas do consumidor.

Nesse caso, a ferramenta ajuda no controle para que os materiais estejam disponíveis em quantidades adequadas e preços aderentes ao faturamento da empresa.

Com isso, o estoque fica mais organizado, a gestão é mais assertiva e a empresa evita tanto o desperdício causado pelo acúmulo de produtos desnecessários quanto a falta de produtos em alta demanda.

Planejamento de logística

O planejamento de logística leva em consideração a entrada e saída dos produtos, por isso também deve ser feito com base na curva ABC.

Determinados produtos (normalmente os de classe A) tendem a exigir mais cuidados no transporte e armazenamento, necessitando de planejamento específico.

O mesmo é válido para envio de pedidos ao cliente, solicitações aos fornecedores e outras operações logísticas da empresa.

Como calcular a curva ABC de máquinas e equipamentos?

Na manutenção, a curva ABC é utilizada para definir a criticidade de máquinas e equipamentos, ou seja, estabelecer quais ativos são mais importantes e que portanto devem ser prioridade.

Quanto maior o grau de importância do equipamento, mais importante é evitar falhas e paradas. O cálculo da curva ABC de máquinas e equipamentos pode ser feito da seguinte maneira:

Faça a análise de critérios

A análise da curva ABC se baseia em alguns pontos principais:

  • Segurança e meio ambiente: representa o impacto da falha na segurança dos colaboradores e na natureza;
  • Qualidade: é o impacto apresentado pela falha na qualidade do produto final;
  • Condição de operação: tempo de funcionamento do equipamento na operação;
  • Condição de entrega: são as consequências da falha na cadeia de produção;
  • Confiabilidade: é o tempo médio entre as falhas, também chamado de índice de paradas;
  • Manutenibilidade: representa o tempo médio para reparo do equipamento.

Portanto, o primeiro passo da sua análise deve ser reunir essas informações sobre cada equipamento.

Organize conforme a criticidade

Considerando os pontos acima, precisamos classificar cada critério como A, B ou C, em que A o impacto é muito grande, B possui consequências medianas e C tem baixa repercussão.

Você pode se basear na tabela a seguir:

Fatores de avaliaçãoCritérios de avaliação
ABC
Segurança e meio ambiente (S)Em caso de falhas, há alto risco de acidentes ou contaminaçãoEm caso de falhas, há risco moderado de acidentes ou contaminaçãoEm caso de falhas, não há risco de acidentes ou contaminação
Qualidade (Q)Haverá queda de qualidade em caso de falhasPode haver queda de qualidade em caso de falhas, ou há risco apenas queda de qualidade de baixo impactoNão haverá queda de qualidade em caso de falhas
Condição de operação (O)Tempo de operação do ativo acima de 90% ao mêsTempo de operação do ativo entre 50% e 90% ao mêsTempo de operação do ativo inferior a 50% ao mês
Condição de entrega (E)Em caso de falhas, com certeza afetará a linha de produçãoEm caso de falhas, talvez afetará a linha de produção, ou o impacto não será graveEm caso de falhas, não afetará a linha de produção
Confiabilidade (P)Tempo médio entre as falhas abaixo de 15 horasTempo médio entre as falhas entre 15 e 30 horasTempo médio entre as falhas acima de 30 horas
Manutenibilidade (M)Tempo médio para reparo acima de 2 horasTempo médio para reparo entre 1 e 2 horasTempo médio para reparo abaixo de 1 hora

No exemplo acima, veja como usamos a curva ABC para estabelecer a gravidade, e portanto priorização, de cada critério.

Crie um fluxograma

Com as informações coletadas conforme a tabela acima, vamos traçar a curva ABC para definir a prioridade dos ativos.

Como é possível que um equipamento seja considerado nível A em alguns critérios e nível B ou C em outros, usaremos um fluxograma para facilitar a definição.

Exemplo ilustrativo de fluxograma para decisão de nível de criticidade

Conforme a classificação atribuída a cada critério, conforme vimos na tabela, acompanhamos a trajetória de cada parâmetro para saber em qual classificação ABC o material se encontra.

Elabore um plano de manutenção

Sabendo a classificação ABC de cada ativo conforme os critérios mencionados, podemos criar um plano de manutenção em que equipamentos mais críticos recebam manutenção preditiva e corretiva, enquanto os de menor impacto recebam somente manutenção corretiva.

Para te ajudar nessa estratégia, o Produttivo preparou um material gratuito, o Kit Plano de Manutenção.

Ele vem com modelo em Excel pronto para uso e um guia de boas práticas para te ajudar a montar um plano de manutenção eficiente e alinhado com as necessidades da sua operação.

Veja no vídeo abaixo como utilizar o material:

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Quais são os erros comuns no uso da Curva ABC?

A curva ABC pode ser uma grande aliada no dia a dia da sua empresa, mas atente-se às limitações do método para aproveitar sua eficácia. Olha só alguns erros comuns no uso da curva ABC que prejudicam sua análise:

Deixar de considerar validade, novidade e sazonalidade de produtos

A classificação dos produtos entre A, B e C não é tão simples quanto parece porque esses itens estão sujeitos a sazonalidade, data de validade e outras variações.

Portanto, leve em consideração a validade dos produtos em estoque, considere a preferência dos consumidores por novidades e não se esqueça de pensar na sazonalidade — casacos de frio e trajes de banho, por exemplo, têm sazonalidades diferentes e variáveis ao longo do ano, mas previsíveis.

Não antecipar compras de oportunidade

Se você sabe que um produto passará por reajuste de preço, que tal antecipar sua compra ou fazer um pedido maior? Assim você retarda o impacto do reajuste no seu negócio.

O mesmo é válido para promoções ou situações em que há desconto para grandes pedidos. Mas não se esqueça de levar em consideração o item anterior, para não sofrer com produtos fora da validade!

Não fazer revisão periódica da Curva ABC

A curva ABC não é uma análise definitiva: ela está sujeita a diversos fatores que podem alterar as prioridades da empresa, como comportamento do consumidor, alteração nos preços, e outras variáveis.

Então, faça uma nova análise periodicamente, principalmente se observar que os resultados anteriores não estão mais tendo o efeito esperado.


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