O que é matriz de criticidade, como funciona, como aplicar na sua empresa e quais são os impactos?
A Matriz de Criticidade é uma das primeiras etapas que devem ser aplicadas em um processo de manutenção.
Isso porque, ela consegue apontar qual é a estratégia mais adequada a ser escolhida, ou seja, quais são os equipamentos que merecem uma atenção redobrada neste momento.
Apesar da sua importância, 34% das indústrias brasileiras ainda não classificaram os seus ativos de forma organizada, de acordo com o site Indicadores de Gestão.
Se a sua empresa pertence a esse grupo, não se preocupe.
Neste artigo, ensinaremos o que é a matriz de criticidade, como funciona e como desenvolvê-la em sua empresa. Acompanhe!
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Afinal, o que é criticidade?
Imagine uma indústria de pequeno, médio ou grande porte. Ela contém diversos tipos de ativos (máquinas) que são utilizados para cuidar e manter a cadeia produtiva.
Com o passar do tempo, seja por causa da vida útil das máquinas ou pela forma de uso de equipamentos, alguns ativos podem falhar, prejudicando a produtividade na empresa.
Dependendo do tipo de ativo, ele pode trazer consequências graves e grandes prejuízos, uma vez que ele é indispensável para que as atividades continuem operando corretamente.
Mas, diante de tantos ativos disponíveis, por onde é indicado iniciar uma manutenção? Como classificar a prioridade das máquinas corretamente? É aí que entra a criticidade.
Trata-se de um indicador que tem como objetivo estabelecer qual será a estratégia de manutenção utilizada na empresa. Ou seja, qual ativo merece atenção especial naquele momento, de acordo com um tipo de hierarquia.
É fundamental deixar claro que a escolha de um ativo não indica que o outro será ignorado.
O objetivo da criticidade é entender quais são os efeitos que a ausência de um equipamento pode gerar naquele momento para o pleno funcionamento dos processos da empresa, seja ela indústria ou prestadora de serviços.
Para que serve a matriz de criticidade?
Cuidar da manutenção de todos os equipamentos ao mesmo tempo é uma tarefa quase impossível e não recomendada.
Por exemplo, sem a atenção devida, o gestor pode atrasar a manutenção de um determinado ativo que seria mais importante naquele período, dando prioridade para algum outro que esteja ainda na fase de falha potencial.
Por isso, é indispensável contar com o apoio da matriz de criticidade.
Qual a importância da Matriz de Criticidade para a manutenção?
O mercado de Gestão de Ativos, no Brasil, gira bilhões de reais e emprega mais de 12 milhões de pessoas de forma direta ou indireta.
Calcula-se que de 6% a 8% do PIB é empregado em Manutenção. Todos esses dados foram retirados da pesquisa realizada pelo site Indicadores de Gestão, em 2021.
Eles nos comprovam a verdadeira importância do mercado e de como devemos valorizar cada vez mais as estratégias e as tomadas de decisões inteligentes.
A proposta da matriz de criticidade, dentro de todo esse cenário, é manter o funcionamento correto do equipamento, para que ele seja operado com facilidade durante a rotina de trabalho.
A performance organizacional e as anormalidades dos ativos impactam diretamente na tomada de decisão e quais são as máquinas que precisam ser priorizadas.
Quando você consegue trazer esse tipo de cultura para a empresa, a cadeia produtiva economiza tempo e garante a confiabilidade do ativo.
Diante desse cenário, não é exagero dizer que a disponibilidade do equipamento e a sua confiabilidade são dois aspectos que precisam estar interligados.
Além desses pontos também podemos considerar as seguintes vantagens, ao desenvolver uma Matriz de Criticidade:
- Controle de toda a operação;
- Participação ativa do time;
- Organização da empresa;
- Ganho de produtividade;
- Diminuição do custo de manutenção;
- Eliminar retrabalhos;
- Diferencial competitivo.
Como fazer a análise de criticidade?
Um dos sistemas mais utilizados para fazer a análise de criticidade é a Curva ABC. Afinal, ela consegue focar na classificação de máquinas e equipamentos, de acordo com o impacto de falhas em diversos critérios.
A tabela abaixo é muito utilizada para termos um comparativo entre as criticidades e seus impactos:
Fonte: Rede Industrial
Então, vamos entender cada etapa:
Segurança e meio ambiente
Você deve analisar o risco que as máquinas e equipamentos podem trazer tanto para a integridade física do operador quanto para a qualidade do meio ambiente.
Qualidade e Produtividade
É necessário observar de que forma o defeito no maquinário prejudica a produtividade na indústria. Existem alguns ativos que diminuem a performance ou ou simplesmente interrompem a produção.
Oportunidade
Neste ponto, é fundamental analisar como o problema de uma máquina afeta na qualidade do produto e na experiência do cliente. Quanto mais cedo você identifica o problema, mais rápido será realizado o plano de ação.
Taxa de ocupação
Que é um indicador que avalia o tempo de parada do equipamento, ou seja, a quantidade de tempo que o ativo ocupa dentro da matriz de criticidade desenvolvida.
Frequência de quebra
Esse item tem relação direta com a periodicidade das manutenções, definidas através de um plano de manutenção, por exemplo.
Mantenabilidade
Por fim, e não menos importante, avalie em quanto tempo será necessário fazer a manutenção de um equipamento.
Se um ativo é importante para a empresa e a manutenção será concluída em um mês, talvez, o mais indicado é substituir o equipamento.
Após classificar cada ativo de acordo com os critérios, é fundamental desenvolver o sistema de Curva ABC conforme o nível de criticidade, que são denominados da seguinte forma:
- Criticidade A: indispensáveis para a operação. Os ativos que pertencem a essa categoria podem trazer consequências graves para a segurança, meio ambiente e para o operador. Nesse ponto, até a qualidade do produto final é afetada. São feitas manutenções preventivas, manutenções preditivas, inspeções sensitivas periódicas, análise de confiabilidade, entre outros.
- Criticidade B: médio impacto. O problema não influenciará a produção, a segurança e a operação. A cadeia produtiva é paralisada de forma parcial. Nesse ponto, são feitas correções programadas e inspeções sensitivas.
- Criticidade C: a anormalidade do ativo não traz alto impacto para o desenvolvimento da produção. Nessa criticidade, é feita somente corretivas emergenciais.
Agora que você já conhece como funciona a matriz da criticidade é hora de praticá-la.
Vamos usar como exemplo uma máquina com a classificação A.
Ela precisa ter sofrido parada e provocado algum tipo de acidente e mesmo ter contaminado o meio ambiente. Além disso, o tempo de utilização dela precisa ser acima de 90%, ou seja, um equipamento, de fato, fundamental para o trabalho em questão.
Depois dessa análise e definição você inicia a aplicação das priorizações dentro do plano de manutenção.
Uma tabela que vai te ajudar a organizar visualmente os intervalos de manutenção definidos, além dos tipos de manutenção e equipamentos que serão inspecionados.
Veja como fica na prática:
Esse modelo está disponível para download gratuito, basta clicar aqui.
Seguindo o planejamento sua empresa terá resultados muito positivos!