Plano de rigging: o que é e quando é obrigatório?

O plano de rigging é um tipo de documento técnico que detalha todas as etapas necessárias para movimentação de cargas pesadas suspensas, atuando como um tipo de estudo a ser feito antes da operação em si.

A seguir, entenda sua importância para os serviços de içamento de carga e veja como fazer. Boa leitura!

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O que é o plano de rigging?

Um plano de rigging é um documento detalhado que descreve como uma operação de levantamento de cargas pesadas será realizada. Ele é fundamental para garantir a segurança e a eficiência durante a movimentação de objetos volumosos ou pesados, como equipamentos industriais, estruturas de construção ou materiais de grande porte.

O plano de rigging é comumente utilizado em setores como construção civil, mineração, petróleo e gás, e eventos, onde a elevação e movimentação de cargas complexas são tarefas rotineiras.

Todo o planejamento da operação é feito na teoria primeiro, para então ser colocado em prática de forma segura. Normalmente, o plano de rigging estima quais equipamentos serão necessários, a interferência do vento, cálculos, condições do solo e outros fatores que podem alterar o andamento do projeto e, portanto, precisam ser levados em consideração.

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Qual a finalidade do plano de rigging?

O objetivo do plano de rigging é fazer uma simulação teórica de como um processo de movimentação de carga deve ocorrer, levando em consideração as particularidades do local, da carga e interferências externas.

Ao fazer todo o planejamento do içamento da carga, o plano de rigging determina quais os equipamentos necessários e suas especificações, fatores que precisam ser levados em conta antes do início do procedimento, e medidas a serem tomadas para que o processo seja seguro e eficaz.

Além disso, o plano prevê como o içamento deve ocorrer, o que ajuda a determinar as medidas de segurança a serem adotadas e outros cuidados.

Quais são as etapas do plano de rigging?

Para elaborar um plano de rigging, é preciso seguir três etapas principais. Vamos conhecê-las:

Levantamento de informações, cronograma e histograma

O primeiro passo é fazer um levantamento de tudo que será movimentado, a quantidade de equipe necessária, máquinas que serão utilizadas e descrição do serviço em si.

Também é preciso incluir um cronograma que estime um prazo para realização das atividades.

Visita técnica

Em seguida, é preciso fazer uma visita técnica ao local da operação para coletar dados como:

  • Condições do solo, incluindo resistência e nivelamento;
  • Interferências no solo (como canaletas ou tubulações) e aéreas (redes elétricas e prédios, por exemplo);
  • Espaço disponível para locomoção do maquinário;
  • Espaço disponível para realização do serviço;
  • Altura máxima permitida;
  • Centro de carga, como peso e dimensões
  • Fatores externos adversos, tais como iluminação do local.

Consolidação dos dados e elaboração

Por fim, esses dados devem ser consolidados em um relatório, que irá conter informações como:

  • Especificações do guindaste a ser utilizado;
  • Configuração do guindaste, incluindo comprimento máximo da lança, raio máximo de operação, altura máxima da lança, ângulo da lança com o solo, contrapeso, tipo de moitão e número de passadas de cabo de moitão;
  • Detalhamento do serviço a ser realizado e do local onde ele ocorrerá;
  • Composição da carga;
  • Interferência do vento;
  • Cálculos e dimensionamentos.

É essencial que todos os dados sejam precisos, pois qualquer alteração nas informações que serão colocadas no plano de rigging podem prejudicar o sucesso da operação.

Qual a importância do plano de rigging?

O plano de rigging é muito importante para garantir a segurança, a eficiência e a coordenação durante operações de levantamento e movimentação de cargas pesadas ou volumosas.

Por meio de uma simulação dos procedimentos a serem realizados para concluir o serviço, ele ajuda a prevenir acidentes, proteger os trabalhadores, minimizar danos aos equipamentos e assegurar que a operação seja realizada de acordo com as melhores práticas e normas regulamentadoras

Assim, assegura que a operação de içamento seja segura e bem sucedida.

Quem deve elaborar o plano de rigging?

O plano de rigging só pode ser elaborado por profissionais de engenharia e arquitetura registrados no CREA. Isso porque, além da precisão dos dados e cálculos, o plano de rigging deve ser acompanhado de uma Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), de acordo com a Lei nº 6.496/1977.

O responsável pela elaboração do plano de rigging normalmente é conhecido como Rigger.

Qual norma regulamentadora fala sobre plano de rigging?

O plano de rigging é exigido por duas normas regulamentadoras diferentes, a NR-12 e a NR-18. Vamos entender o que cada um diz sobre o documento:

NR 12

A Norma Regulamentadora nº 12 é a normativa do Governo Federal que trata da segurança no trabalho com máquinas e equipamentos. Conforme o anexo XII, o plano de rigging (também chamado de plano de movimentação de carga) é:

“[Um] planejamento formalizado de uma movimentação com guindaste móvel ou fixo, visando à otimização dos recursos aplicados na operação (equipamentos, acessórios e outros) para se evitar acidentes e perdas de tempo. Ele indica, por meio do estudo da carga a ser içada, das máquinas disponíveis, dos acessórios, condições do solo e ação do vento, quais as melhores soluções para fazer um içamento seguro e eficiente.”

Leia também: Método HRN: como fazer análise de risco com base na NR 12

NR 18

Já a Norma Regulamentadora nº 18 aborda a segurança do trabalho na construção civil. Sobre o plano de rigging, a norma trata da obrigatoriedade da elaboração de plano de carga para movimentação de guindastes de torre (gruas).

Quando um Plano de Rigging é necessário?

O plano de rigging é necessário sempre que houver movimentação de cargas suspensas por meio de guindastes fixos ou móveis.

Além disso, é recomendada a sua elaboração em casos de:

  • Cargas que excedam 90% da capacidade do guindaste;
  • Elevação com múltiplos guindastes, excedendo 75% da sua capacidade;
  • Elevação onde um ou mais guindastes mudem de posição;
  • Cargas inflamáveis, tóxicas, radioativas ou pressurizadas;
  • Cargas que precisam ser transferidas para outros veículos;
  • Cargas superiores a 10 toneladas;
  • Cargas contendo líquidos ou outros materiais que podem alterar o centro de gravidade;
  • Içamento de pessoas em uma plataforma de trabalho;
  • Içamento realizado por um guindaste embarcado em balsa flutuante que exceda 75% de sua capacidade;
  • Içamento de cargas próximas a linhas de energia e outras instalações;
  • Içamento de cargas submersas;
  • Içamento sobre locais que não podem ser evacuados;
  • Entre outros.

Quais os riscos de não elaborar um plano de rigging?

A ausência de um plano de rigging pode trazer riscos sérios tanto para o projeto em si quanto para a saúde e segurança dos trabalhadores. Quando o plano não é executado previamente, a operação fica sujeita a riscos como:

  • Acidentes de trabalho que podem até ser fatais;
  • Utilização de equipamentos e ferramentas inadequados para fixação de cargas;
  • Interferência de cabos de energia ou tubulações;
  • Prejuízo financeiro em caso de danos à estrutura;
  • Necessidade de uma nova operação de içamento, gerando retrabalho e mais tempo gasto;
  • Suspensão das atividades até que os riscos sejam mitigados.

Portanto, faça a elaboração do plano de rigging para se planejar para os fatores de influência e estar preparado para contorná-los com segurança.

O que o plano de rigging deve conter?

Para que o plano de rigging seja completo e confiável, ele deve conter alguns dados, olha só:

Dados do empreendimento, da construtora e do equipamento

Aqui entram informações como nome social e fantasia da empresa, CNPJ, endereço, telefone e outros dados de contato. Também é preciso incluir a identificação do empreendimento (nome do projeto, endereço, profissional responsável) e as especificações do equipamento utilizado.

Entre as especificações do equipamento, devem constar:

  • Guindaste;
  • Raio;
  • Lança e contralança;
  • Balancim;
  • Lingadas;
  • Descrição do moitão;
  • Capacidade efetiva de içamento;
  • Percentual de utilização da capacidade do guindaste;
  • Velocidade do vento.

Responsável pela montagem e pela manutenção da grua

Outro dado importante é o nome do técnico que será responsável pela montagem da grua e sua manutenção. Inclua o registro profissional, caso haja, e a assinatura.

Local de instalação

O local de instalação da grua deve ser descrito e também estar desenhado em uma planta baixa. Alguns elementos que devem estar presente são:

  • Áreas de acesso e vias de circulação de pessoas e veículos;
  • Áreas de carga e descarga;
  • Áreas de estocagem e armazenamento de materiais;
  • Localização dos canteiros, contêineres e áreas de vivência;
  • Localização de equipamentos como elevadores, guinchos e geradores;
  • Localização de redes elétricas, transformadores, tubulações e outras interferências aéreas ou terrestres;
  • Localização de edificações vizinhas, vias, córregos e árvores;
  • Projeção da área de cobertura da lança e da contralança;
  • Projeção da área de abrangência das cargas com indicações dos trajetos.

Lembre-se também de fazer a sinalização do local de instalação da grua para que somente a equipe autorizada esteja circulando por lá.

Detalhamento operacional

São informações essenciais sobre o içamento a ser realizado e sobre a carga, entre elas:

  • Descrição da carga com dimensões e massa;
  • Tensão e força resultantes;
  • Patolamento, como carga exercida pelas patolas, área de patolamento e resistência exigida pelo terreno;
  • Resumo dos cálculos e memória de cálculos;
  • Tabela de cargas utilizadas.

Pessoal técnico e responsabilidades

Além da identificação do profissional responsável, é preciso detalhar quais são os outros trabalhadores envolvidos no içamento e as responsabilidades de cada um.

Você ainda pode incluir informações como os EPIs utilizados e até entregar uma ficha de EPI para que cada colaborador ateste o recebimento dos equipamentos.

Conteúdo para treinamento dos operadores

A operação de guindastes é uma tarefa delicada, portanto, além de confiá-la a um profissional habilitado, é preciso também fornecer treinamentos e capacitação para os trabalhadores envolvidos.

Ofereça conteúdos técnicos da área e treinamentos de segurança do trabalho, como DDS.

Documentação obrigatória

O plano de rigging, além de ser um documento em si, deve vir acompanhado de outros formulários, como a ART, desenhos técnicos e outros relatórios. Ainda, ele deve ficar disponível para consulta no canteiro durante toda a execução da obra.

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