O Sistema de Proteção Individual contra Queda (SPIQ) combina equipamentos e estratégias para proteger os trabalhadores que atuam em atividades em que há risco de queda.
No artigo a seguir, vamos entender quando o SPIQ é obrigatório, o que diz a norma regulamentadora, como assegurar sua implementação, e outras dicas para preservar os colaboradores no trabalho em altura. Acompanhe!
Veja também: Modelo digital de Checklist NR-35 para trabalho em altura
O que é SPIQ?
O SPIQ, ou Sistema de Proteção Individual contra Queda é um conjunto de equipamentos e dispositivos projetados para proteger os trabalhadores que realizam atividades em altura, prevenindo os riscos de quedas e minimizando seu impacto, caso aconteça.
Esses sistemas são muito utilizados em indústrias, construção civil, manutenção de edifícios e outras áreas em que o trabalho em altura é comum.
Qual a função do SPIQ?
A principal função do SPIQ é proteger os trabalhadores que realizam atividades em altura, prevenindo a ocorrência de quedas. Vamos entender melhor como funciona:
- Prevenção de quedas: o principal objetivo do SPIQ é impedir que o trabalhador caia de uma altura significativa, mantendo-o conectado a um ponto de ancoragem seguro;
- Redução do impacto: caso uma queda ocorra, o SPIQ reduz o impacto no corpo do trabalhador, minimizando o risco de lesões graves. Componentes como talabartes com absorvedores de energia são essenciais para essa função;
- Estabilidade e mobilidade: o sistema ainda permite que o trabalhador se mova com segurança durante suas atividades enquanto mantém a proteção contínua contra quedas, facilitando serviços que exigem deslocamento;
- Conformidade com normas de segurança: por ser uma exigência da NR-35, como veremos mais adiante, o SPIQ ajuda a garantir que as atividades em altura sejam realizadas em conformidade com as normas de segurança e regulamentações trabalhistas, prevenindo acidentes e penalidades.
Essas funções combinadas fazem do SPIQ um elemento essencial para a segurança do trabalho em altura, protegendo vidas e promovendo um ambiente de trabalho mais seguro.
Qual a importância do SPIQ para uma organização?
Além de sua importância para os trabalhadores, o SPIQ também é essencial para as empresas, especialmente em setores onde o trabalho em altura é comum. Sua importância se dá por vários motivos, vamos conhecer alguns deles:
Proteção da vida dos trabalhadores
A principal importância do SPIQ é proteger a vida dos trabalhadores da empresa. Ao prevenir e controlar as quedas, assegura que o quadro de funcionários esteja sempre completo e que a empresa seja reconhecida como um lugar seguro para trabalhar. Além disso, há menos despesas com afastamentos e indenizações.
Cumprimento das normas regulamentadoras
O uso de SPIQ é obrigatório conforme as normas regulamentadoras de segurança do trabalho, como a NR-35 no Brasil. Cumprir as diretrizes da norma evita multas, sanções e interdições, além de fortalecer a reputação da empresa.
Redução de acidentes de trabalho
A utilização correta do SPIQ reduz significativamente o número de acidentes de trabalho, o que diminui o tempo de afastamento por lesões e contribui para a continuidade das operações sem interrupções.
Redução de custos
Embora investir em SPIQ tenha um custo inicial, ele é compensado pela redução de despesas com acidentes de trabalho, como indenizações, tratamentos médicos, processos trabalhistas e perda de produtividade.
Promoção de um ambiente de trabalho seguro
A implementação do SPIQ promove uma cultura de segurança dentro da empresa. Quando os trabalhadores percebem que o empregador se preocupa com seu bem-estar, isso aumenta a moral e a motivação, além de atrair mais potenciais funcionários.
Proteção da reputação da empresa
Empresas que prezam pela segurança e saúde de seus trabalhadores tendem a ser vistas de maneira mais positiva por clientes, parceiros e pela sociedade em geral. Isso pode resultar em melhor imagem pública e mais oportunidades de negócios.
Aumento da produtividade
Um ambiente de trabalho seguro e com riscos minimizados favorece a produtividade. Trabalhadores que se sentem seguros tendem a ser mais eficientes e focados em suas tarefas, sem a preocupação constante com os riscos de queda e sem interrupções na rotina de trabalho.
Portanto, o SPIQ não apenas protege os trabalhadores, mas também traz benefícios para a empresa, tanto em termos de segurança quanto em aspectos financeiros e operacionais.
O que a NR-35 fala sobre o SPIQ?
A norma regulamentadora que fala sobre o SPIQ é a NR-35, que aborda o trabalho em altura e as medidas de prevenção e controle necessárias para manter a saúde e a segurança dos trabalhadores.
Ela define a obrigatoriedade dos Sistemas de Proteção Contra Queda (SPQ), que devem ser utilizados sempre que não for possível evitar o trabalho em altura. O SPQ consiste em duas subdivisões: o SPCQ, ou Sistema de Proteção Coletiva Contra Quedas, e o SPIQ, que é individual.
Conforme a Norma Regulamentadora nº 35, o SPIQ deve ser empregado na impossibilidade de adoção do SPCQ, sempre que o SPCQ não ofereça completa proteção contra os riscos de queda, ou para atender situações de emergência.
Ainda segundo a norma, o SPIQ pode ser de restrição de movimentação, de retenção de queda, de posicionamento no trabalho, ou de acesso por cordas.
Além da implementação do sistema em si, a NR-35 determina que devem ser efetuadas inspeções inicial, rotineira e periódica do SPIQ, conforme as recomendações do fabricante. A inspeções também devem ser registradas.
Outro ponto abordado pela norma é que o SPIQ deve ser selecionado de forma que a força de impacto transmitida ao trabalhador seja de no máximo 6 kN, no caso de uma eventual queda. Ainda, no SPIQ de retenção de queda e no de acesso por cordas, o equipamento de proteção individual deve ser o cinturão de segurança tipo paraquedista.
Mais informações sobre o Sistema de Proteção Individual contra Queda podem ser consultadas no Anexo II da NR-35.
Leia também: Check list NR 35: o que é, como fazer + modelo digital pronto
Quais são as etapas para implementar o SPIQ?
A implementação do SPIQ em uma empresa envolve várias etapas que garantem a eficácia do sistema e a segurança dos trabalhadores. Vamos conhecer quais são elas:
Diagnóstico inicial
O primeiro passo é realizar uma avaliação detalhada do local de trabalho para identificar todas as atividades que envolvam trabalho em altura e os riscos associados a cada uma delas. Isso inclui avaliar a altura máxima, a natureza do trabalho, os possíveis pontos de queda e as condições ambientais.
Em seguida, vamos determinar onde o SPIQ é necessário e quais tipos de proteção individual são mais adequados para as diferentes situações. Se necessário, busque a orientação de profissionais de segurança do trabalho ou consultores especializados em proteção contra quedas para ajudar a identificar os melhores sistemas e práticas para a sua empresa.
Definição de indicadores
Antes de implementar o SPIQ, é preciso estabelecer indicadores-chave de desempenho que ajudarão a monitorar sua eficácia. Exemplos incluem o número de incidentes relacionados a quedas, a taxa de uso de EPIs e a frequência de inspeções e treinamentos.
Defina metas específicas para a redução de acidentes relacionados a quedas e ao cumprimento das normas de segurança. Esses objetivos devem ser mensuráveis e alinhados com os indicadores definidos.
Desenvolvimento e configuração
Agora, vamos escolher os componentes do SPIQ que melhor atendam às necessidades identificadas no diagnóstico. Alguns exemplos são cintos de segurança, talabartes, absorvedores de energia, pontos de ancoragem, trava-quedas e linhas de vida.
Antes de implementar o SPIQ nos locais de trabalho, configure seus elementos adequadamente, incluindo a instalação de pontos de ancoragem permanentes ou móveis, a definição de rotas seguras para movimentação, e a adaptação dos equipamentos ao ambiente específico.
Não se esqueça de estabelecer procedimentos claros para o uso do SPIQ, com instruções detalhadas sobre como colocar, ajustar e utilizar os equipamentos.
Você também pode desenvolver políticas que reforcem a obrigatoriedade do uso do SPIQ em situações específicas e as consequências do não cumprimento.
Treinamento e capacitação
O próximo passo antes da implementação envolve realizar treinamentos para todos os trabalhadores que utilizarão o SPIQ, abordando o uso correto dos equipamentos, a importância da inspeção antes do uso e as técnicas de resgate em caso de queda.
Promova treinamentos periódicos para reforçar o conhecimento e manter a habilidade dos trabalhadores atualizada. Uma opção é criar uma rotina de Diálogos Diários de Segurança para orientar a equipe sobre os riscos de suas funções e quais práticas devem ser adotadas para evitá-los.
O Produttivo oferece um material gratuito sobre DDS que conta com:
- Cronograma dos treinamentos em Excel e Word;
- Ficha para controle de presença;
- E um e-book com 16 dinâmicas práticas para fazer com a sua equipe.
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Implementação e monitoramento
Agora chegou a hora de introduzir o SPIQ de no ambiente de trabalho. Isso deve ser feito de forma prática e completa, garantindo que todos os trabalhadores estejam equipados e saibam como usar o sistema corretamente.
Uma sugestão é designar supervisores ou responsáveis para monitorar continuamente o uso correto do SPIQ durante as atividades em altura.
Você também pode fazer inspeções regulares dos equipamentos de proteção para verificar seu estado de conservação e funcionalidade. Equipamentos danificados ou com defeito devem ser substituídos imediatamente.
Revisão e melhoria
Por fim, cria uma rotina de auditorias internas para avaliar a eficácia da implementação do SPIQ e o cumprimento das normas de segurança. Identificar falhas ou áreas de melhoria e tomar ações corretivas ajuda na melhoria contínua do sistema.
Qual a diferença entre SPCQ e SPIQ?
Tanto o SPCQ quanto o SPIQ são sistemas de proteção contra quedas previstos na NR-35, mas a principal diferença é que SPCQ é focado na proteção coletiva, enquanto o SPIQ é individual. Vamos entender melhor:
O SPIQ (Sistema de Proteção Individual contra Queda) é focado na proteção individual dos trabalhadores que realizam atividades em altura. Ele inclui equipamentos de proteção individual (EPI) como cintos de segurança, talabartes, trava-quedas, e pontos de ancoragem, que são utilizados por cada trabalhador para evitar quedas ou minimizar o impacto em caso de uma queda.
Como o nome sugere, é um sistema que protege o trabalhador individualmente, ou seja, cada trabalhador deve estar equipado com seu próprio SPIQ.
O SPCQ, por outro lado, é um sistema de proteção que visa a proteger todos os trabalhadores que estão expostos ao risco de queda em um determinado local. Esse sistema inclui medidas e equipamentos que oferecem proteção coletiva, como guarda-corpos, redes de segurança, rodapés e barreiras.
Ele protege múltiplos trabalhadores ao mesmo tempo, sem a necessidade de que cada um utilize um equipamento individual. O objetivo é criar um ambiente seguro para todos, minimizando o risco de queda para qualquer pessoa que esteja trabalhando na área. É comum em ambientes como andaimes, plataformas elevadas, telhados, e em locais onde é possível instalar barreiras físicas ou redes que protejam várias pessoas simultaneamente.
Ambos os sistemas são complementares e, frequentemente, utilizados juntos para garantir a máxima segurança em ambientes de trabalho em altura.
Quais elementos constituem o SPIQ?
O SPIQ é constituído por três elementos principais, vamos ver quais são eles:
Equipamentos de proteção individual
Os equipamentos de proteção individual (EPIs) são itens de segurança fornecidos aos trabalhadores para uso pessoal. No trabalho em altura, alguns exemplos de EPI são cinturão de segurança, talabarte e capacete.
Sistema de ancoragem
O sistema de ancoragem é o local onde os equipamentos de proteção são fixados, garantindo que o trabalhador esteja seguro em caso de uma queda. Com os sistemas de proteção conectados a um ponto fixo, o risco de queda é reduzido.
Elemento de ligação
Já o elemento de ligação conecta os equipamentos de proteção ao sistema de ancoragem. Pode incorporar absorvedores de energia.
Esses três elementos são fundamentais para o bom funcionamento do SPIQ e dessa forma, para garantir a segurança e a integridade física dos trabalhadores.
Como colocar o SPIQ em prática?
Agora que você já sabe quais são os elementos do SPIQ e como implementá-lo, vamos ver como colocar o sistema em prática? Confira:
Utilize os equipamentos da forma correta
É muito importante que todos os equipamentos do Sistema de Proteção Individual contra Queda sejam utilizados corretamente. Isso começa já na etapa de desenvolvimento, em que os componentes devem ser instalados adequadamente.
Lembre-se que a distribuição dos equipamentos de proteção e seu acompanhamento são responsabilidade da empresa. Portanto, é preciso fazer a instalação de maneira cuidadosa, fornecer os EPIs e EPCs necessários e ainda fazer inspeções de segurança para avaliar a conservação dos equipamentos, o cumprimento das normas pela equipe, a disponibilidade de estoque, entre outras questões.
Caso haja não conformidade por parte da equipe, tome medidas necessárias para assegurar que todos os colaboradores saibam da importância do SPIQ e cumpram com as medidas.
Em caso de defeitos nos equipamentos, faça a substituição imediatamente e, se necessário, suspenda as atividades até que a situação seja regularizada.
Tenha atenção especial aos pontos de ancoragem
Os pontos de ancoragem, como já vimos anteriormente, são o ponto de fixação dos equipamentos de proteção, assegurando que não haja queda. E assim como os equipamentos de proteção individual e coletiva, o sistema de ancoragem também precisa passar por inspeção periódica e reparos.
Toda a etapa de desenvolvimento e instalação do sistema deve levar em consideração todas as necessidades da operação e seguir as orientações da equipe responsável. Uma vez que o SPIQ esteja em operação, os pontos de ancoragem precisam ser inspecionados e reparados conforme necessário.
Invista em treinamentos e comunicação
Por fim, não se esqueça da comunicação com a equipe. Forneça treinamentos, palestras, dinâmicas e outros eventos de conscientização para que todos os trabalhadores envolvidos saibam da importância do SPIQ e de seguir as recomendações de segurança.
Uma sugestão é a implementação de uma SIPAT e a criação de uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) para reforçar a importância dos cuidados e engajar os colaboradores.
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