Depreciação de máquinas e equipamentos

Depreciação de máquinas e equipamentos: como calcular

O acompanhamento da depreciação de máquinas e equipamentos é uma prática que deve ser adotada por empresas que buscam conformidade com a lei, responsabilidade fiscal e maior controle sobre seus ativos. 

Além de ser uma exigência para o controle financeiro, a depreciação de máquinas e equipamentos é fundamental para aumentar a eficiência dos ativos. Veja como calculá-la e quais ações ajudam a preservar a vida dos equipamentos: 

Veja também: Software de manutenção com plano de manutenção automático para você economizar tempo e agilizar as operações!

O que é depreciação de máquinas e equipamentos?

A depreciação de máquinas e equipamentos pode ser entendida como a desvalorização dos ativos ao longo do tempo. Esse desgaste pode ser causado tanto pelo próprio tempo de uso, como pelo surgimento de novas soluções tecnológicas e também pela falta de manutenções preventivas.

Toda empresa precisa registrar a depreciação de máquinas e equipamentos em documentos contábeis e financeiros. Afinal, o valor da depreciação poderá ser incluído como custo no imposto de renda. 

Para realizar o cálculo da depreciação de forma correta é necessário seguir as diretrizes estipuladas pela Receita Federal, que determina a vida útil e taxa anual de depreciação de máquinas, equipamentos e outros bens. 

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Qual a vida útil de máquinas e equipamentos?

Para calcular a vida útil de algum bem, você precisará usar a seguinte fórmula: 

VU = N x A

Em que: 

  • N = estimativa de duração do ativo em anos;
  • A = horas de uso do ativo por ano. 

Se tomarmos como exemplo um equipamento que tem duração de 10 anos e que é usado apenas em dias úteis, cerca de 14 horas por dia, temos que: 

  • Anos (N) = 10
  • Horas de uso por ano (A) = 252 x 14 = 3528 (Ou seja, a quantidade de dias úteis existentes no ano X a quantidade de horas trabalhadas por dia) 

Logo a aplicação na fórmula de vida útil seria a seguinte: 

VU = N x A

VU = 10 x 3528

VU = 35.280 horas 

O anexo III da RFB Nº 1700 determina o prazo de vida útil de alguns bens em anos. Alguns exemplos são: 

Bens depreciáveis Prazo de vida útil (em anos)
Máquinas e aparelhos de ar-condicionado 10 anos 
Caldeiras10 anos 
Empilhadeiras; outros veículos para movimentação de carga e semelhantes, equipados com dispositivos de elevação.10 anos 
Outras máquinas e aparelhos de elevação, de carga, de descarga ou de movimentação.10 anos 
Outras máquinas e aparelhos de terraplenagem, nivelamento, raspagem, escavação, compactação, extração ou perfuração da terra, de minerais ou minérios.10 anos 
Máquinas e aparelhos para colheita ou debulha de produtos agrícolas.10 anos 
Máquinas de ordenhar e máquinas e aparelhos para a indústria de laticínios.10 anos 
Máquinas para limpeza, seleção ou peneiração de grãos ou de produtos hortícolas secos; máquinas e aparelhos para a indústria de moagem ou tratamento de cereais ou de produtos hortícolas secos.10 anos 
Fornos industriais 10 anos 

Para consultar o prazo de vida útil de outros bens, acesse a RFB Nº 1700 completa aqui.

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Importância de calcular a depreciação de máquinas e equipamentos

De modo geral, o cálculo e acompanhamento da depreciação de máquinas e equipamentos é importante por dois motivos: porque permite que as empresas utilizem o máximo do potencial dos ativos durante sua vida útil e porque garante a conformidade da empresa com as leis fiscais. 

Além disso, através do cálculo de depreciação é possível: 

  • Garantir estabilidade financeira para empresa;
  • Ter maior previsibilidade de quando os ativos precisarão ser trocados; 
  • Calibrar a estratégia de investimentos da empresa, fazendo com que os equipamentos não sejam expostos a altos níveis de depreciação; 
  • Aumentar o controle sobre os ativos;
  • Aumentar a eficiência da gestão empresarial; 
  • Reduzir custos;
  • Melhorar o controle sobre manutenções preventivas. 

Veja também: OEE: O que é, como calcular e como usar na manutenção

Como calcular a depreciação de máquinas e equipamentos?

O cálculo da depreciação de máquinas e equipamentos pode ser realizado através da fórmula:

DA = (VN-VR) ÷ N 

Em que: 

  • VN = Representa o valor novo do equipamento;
  • VR=  Representa o valor residual do equipamento, ou seja, o valor que equipamento tem ao final de sua vida útil;
  • N = Representa a vida útil em anos.

Para exemplificar o cálculo vamos considerar um equipamento que é adquirido pelo valor de R$ 400.000,00, tem uma vida útil estimada de 10 anos e um valor residual de cerca de 10%. Ao considerarmos que o valor residual é 10% de R$ 400.000,00, ele representaria R$ 40.000,00. Logo a conta seria: 

DA = (400.000 – 40.000) ÷ 10

DA = 360.000 ÷ 10

DA = 36.000/ano 

Ou seja, um ano após a compra o equipamento valerá R$ 364.000,00, no segundo ano o valor do ativo será de R$ 328.000,00 e assim por diante. 

Lembrando que os valores de vida útil e valor residual são definidos pela Receita Federal que disponibiliza a tabela de depreciação de bens que pode ser consultada aqui.

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Depreciação linear

A depreciação linear é o tipo de cálculo de depreciação de máquinas e equipamentos mais usado pelas empresas. Ela considera que o desgaste dos ativos acontece de forma gradual a cada ano e, por isso, considera que o montante da depreciação é o mesmo ano a ano. Sua fórmula é aquela que vimos no tópico anterior: 

DA = (VN-VR) ÷ N 

Além do cálculo anual também é possível realizar o mensal, que pode ser aplicado para estimar tanto a depreciação fiscal, quanto a contábil. Veja quais fórmulas usar em cada caso: 

Depreciação linear mensal fiscal 

A depreciação linear mensal fiscal pode ser calculada da seguinte forma: 

Depreciação linear mensal fiscal = (valor depreciável x taxa de depreciação fiscal) ÷ 12

Na fórmula o 12 se refere aos 12 meses do ano. Para a aplicação do cálculo vamos levar em conta um ativo que tem o valor depreciável de R$ 1.500.000,00 com uma depreciação fiscal de 10% ao ano, que representa:

Depreciação linear mensal fiscal = (valor depreciável x taxa de depreciação fiscal) ÷ 12

Depreciação linear mensal fiscal = (1.500.000 x 10%) ÷ 12

Depreciação linear mensal fiscal = (1.500.000 x 150.000) ÷ 12

Depreciação linear mensal fiscal = 225000000000 ÷ 12

Depreciação linear mensal fiscal = R$ 18.750,00 

Depreciação linear mensal contábil 

Já a depreciação linear mensal contábil é calculada assim: 

Depreciação linear mensal contábil = (valor depreciável ÷ vida útil estimada) ÷ 12 

Aqui novamente o 12 significa os doze meses do ano. Para esse exemplo temos que um equipamento tem valor depreciável de R$ 1.000.000,00 e uma vida útil de 10 anos, assim a aplicação na conta seria: 

Depreciação linear mensal contábil = (valor depreciável ÷ vida útil estimada) ÷ 12 

Depreciação linear mensal contábil = (1.000.000 ÷ 10) ÷ 12

Depreciação linear mensal contábil = 100.000 ÷ 12

Depreciação linear mensal contábil = 8.333,33

Depreciação acelerada 

Diferente da depreciação linear, a depreciação acelerada considera que o desgaste dos equipamentos e as despesas referentes ao ativos são maiores nos primeiros anos e menores conforme os anos vão passando. 

Existem várias fórmulas para calcular a depreciação acelerada, tudo vai depender da realidade da empresa, mas a mais comum é o método da depreciação declinante. 

Na depreciação declinante o cálculo considera a depreciação do ativo o dobro da depreciação que seria prevista pelo método tradicional que é o linear. Nesse caso, se um ativo de R$ 10.000 tem uma útil de 10 anos e uma depreciação de 10%, a depreciação acelerada seria de 20% ou R$ 2.000,00. Assim, ao final do primeiro ano o valor do ativo seria de R$ 8.000,00. 

Para o segundo ano o cálculo continua sendo 20%, baseado no valor líquido do ativo, ou seja, 20% de R$ 8.000,00, o que representa R$ 1.600,00, fazendo com que no segundo ano o ativo valha R$ 6.400,00. O cálculo segue o mesmo padrão até o terceiro ano. 

Depois do terceiro ano, quando o ativo estará com um valor de R$5.120, o cálculo pode seguir uma linearidade, considerando o mesmo valor de degradação por ano, assim como a depreciação linear. 

No nosso exemplo para saber qual é o valor de degradação anual, devemos dividir os  R$5.120 pelo restante da vida útil estimada para o equipamento, que seria 7 anos, resultando em R$ 731,43 por ano. 

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Depreciação por unidade 

O método de depreciação por unidade é muito utilizado para máquinas produtivas. Em seu cálculo ele considera a vida útil do ativo e a capacidade de produção (que pode ser total ou mensal). 

Existem dois tipos de cálculos que podem ser feitos. O primeiro considera a produção total do ativo: 

Depreciação por unidade = valor depreciável ÷ capacidade total de produção 

Para o nosso exemplo vamos considerar um equipamento com valor depreciável (valor do ativo) de R$ 1.000.000,00 e capacidade total de produção de 80 milhões de peças durante sua vida útil. Aplicando na fórmula temos que: 

Depreciação por unidade = valor depreciável ÷ capacidade total de produção

Depreciação por unidade = 1.000.000 ÷ 80.000.000 

Depreciação por unidade = R$ 0,01

Com a segunda fórmula é possível descobrir a depreciação mensal da unidade, através do cálculo: 

Depreciação por unidade mensal = depreciação por unidade x total de peças produzidas no mês

Vamos supor que durante um mês o ativo tenha produzido cerca de 200.000 unidades e que sua depreciação por unidade seja de R$ 0,01, então nossa conta ficaria assim: 

Depreciação por unidade mensal = depreciação por unidade x total de peças produzidas no mês

Depreciação por unidade mensal = 0,01 x 200.000

Depreciação por unidade mensal = R$ 2.000

Qual o tempo da depreciação de máquinas e equipamentos? 

O tempo de depreciação de um equipamento é variável, tudo depende do tipo de ativo, de como foi feita a sua instalação, da sua finalidade, do tempo que fica em operação por dia, das condições de trabalho, da forma como é usado e, principalmente, se existe um plano de manutenções preventivas. 

Mas de acordo com a Receita Federal, para fins contábeis, existe uma tabela que estipula o tempo de depreciação de ativos com suas respectivas taxas de depreciação ao ano e que contempla inúmeros tipos de maquinários e equipamentos. As diretrizes estão dispostas na Normativa da Secretaria da Receita Federal e variam conforme o tipo de equipamento. Veja os principais: 

  • Máquinas e equipamentos: 10% ao ano;
  • Edificações: 4% ao ano;
  • Instalações: 10% ao ano;
  • Ferramentas: 15% ao ano;
  • Veículos: 20% ao ano;
  • Caminhões: 20 a 25% ao ano;
  • Equipamentos de comunicação: 20% ao ano;
  • Equipamentos de informática: 20% ao ano.
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Diferença entre depreciação fiscal e depreciação contábil

A depreciação fiscal é calculada para fins tributários, de modo a identificar quais serão as alíquotas da Receita Federal. Por isso, devem seguir as taxas de depreciação estipuladas pela normativa IN 1700/17.

Já a depreciação contábil serve para que a empresa tenha controle financeiro sobre o ativo, identificando qual é o seu desgaste real, isso faz com que a organização consiga se preparar financeiramente para a hora certa de troca de maquinários, por exemplo. 

Além disso, o cálculo de depreciação de máquinas e equipamentos é diferente. Para calcular a depreciação fiscal mensal, uma fórmula que poderia ser utilizada é: 

Depreciação mensal = (Valor da máquina x taxa de depreciação fiscal) ÷ 12 

Depreciação mensal = (1.000.000 x 10%) ÷ 12 

Depreciação mensal = (1.000.000 x 100.000)  ÷ 12 

Depreciação mensal = 8.333,33

Para esse exemplo consideramos um ativo com valor de R$ 1.000.000,00 e com taxa de depreciação de 10% ao ano e dividimos pelos 12 meses para obter o valor mensal. 

Por outro lado o cálculo de depreciação contábil pode ser realizado da seguinte maneira:

Depreciação contábil mensal =  (Valor da máquina ÷ valor da vida útil da máquina) ÷ 12

Depreciação contábil mensal = (1.000.000 ÷ 15) ÷ 12

Depreciação contábil mensal = 66.666,66 ÷  12

Depreciação contábil mensal = 5.555,55

Para o exemplo consideramos o mesmo valor do ativo, mas com uma vida útil de 15 anos.

Leia também: Controle de equipamentos: 8 dicas para fazer o seu

Como reduzir a depreciação de máquinas e equipamentos? 

A gestão de ativos não acaba com o cálculo da depreciação de máquinas e equipamentos, pelo contrário, é preciso que algumas estratégias sejam adotadas para garantir que os equipamentos estão sendo utilizados com sua capacidade máxima e que sua eficiência seja preservada ao longo dos anos. Veja algumas e como elas podem te ajudar a prolongar a vida útil dos ativos: 

Manutenção preventiva

Um dos fatores responsáveis por diminuir a disponibilidade e a vida útil dos ativos é a falta de manutenções preventivas, que são realizadas de forma periódica para prevenir que problemas graves levem o equipamento a uma quebra, identificando as não conformidades logo no início e solucionando-as de forma mais rápida e econômica. 

Por isso, se suas máquinas só passam por manutenções de caráter emergencial, para solucionar os problemas apenas depois que eles acontecem, isso pode ser um grande alerta. 

A dica é investir em um cronograma de manutenção de acordo com a necessidade de cada ativo, para acompanhar questões básicas como lubrificação, limpeza, ajuste de rolamentos, calibração e existência de vazamentos ou parafusos soltos. 

Além disso, ao acompanhar de perto o desempenho de cada equipamento, será possível identificar quais deles tendem a falhar mais, quais são as principais não conformidades encontradas durante as manutenções e traçar planos estratégicos de gestão. Um processo que garante o melhor aproveitamento das máquinas. 

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Manutenção preditiva

Outro tipo de manutenção que ajuda a postergar a depreciação das máquinas e equipamentos ao máximo é a manutenção preditiva.

Diferente da preventiva, a manutenção preditiva usa recursos tecnológicos que acompanham a performance dos ativos, coletam os resultados e indicam quando existem variações que podem significar que o equipamento está começando a apresentar problemas. 

São exemplos de recursos utilizados na manutenção preditiva: análise de vibração, de óleo, de fluídos lubrificantes e hidráulicos, a termografia e o ultrassom. 

Veja também: Manutenção planejada: o que é, principais tipos e como fazer

Software de manutenção

Os softwares de manutenção também são outros aliados do aumento da disponibilidade dos ativos, porque automatizam processos, deixando as rotinas padronizadas, mais confiáveis e ágeis; e o acompanhamento de performance mais fácil e prático. 

Um exemplo é o software de manutenção do Produttivo, que oferece recursos completos para comprovação e gestão de serviços, como: 

  • Painel de atividades, no qual é possível agendar as manutenções de forma automática e acompanhar o andamento de cada uma; 
  • Formulários, relatórios, ordens de serviço e checklists de manutenções digitais com recursos que agilizam o preenchimento das informações;
  • Página de abertura de chamados;
  • Painel com dados e indicadores sobre os serviços.
Software de manutenção do Produttivo para controle automático dos serviços

É possível usar o aplicativo por 15 dias grátis, sem precisar cadastrar o cartão de crédito e ter acesso a todas as funcionalidades do app. Veja um checklist de manutenção de máquinas e equipamentos gerado pelo sistema: 

Capacitação e treinamento da equipe de manutenção

É comum que parte da depreciação de máquinas e equipamentos venha do mau uso e da manipulação incorreta dos ativos, problemas que podem ser resolvidos com o treinamento e capacitação da equipe de operação. 

Outra dica que pode ajudar a padronizar a forma que os equipamentos são manuseados é criar um procedimento operacional padrão, que detalhe o passo a passo de como os  processos devem acontecer. Assim, sempre que um novo colaborador for admitido, será mais fácil informar o procedimento correto. 

Veja também: Modelo de POP: o que é POP, qual a importância e as vantagens?

Limpeza das máquinas

Por fim, a última estratégia recomendada para atrasar a depreciação das máquinas e equipamentos é estabelecer uma rotina de limpeza nos ativos. Afinal, é comum que eles acumulem poeira e demais sujeiras que podem atrapalhar a produção da máquina, seu desempenho ao longo do tempo e ainda ocorrer em risco para os operadores. 

Defina rotinas e procedimentos específicos a serem realizados com periodicidade. Além do cronograma, certifique-se de que a limpeza está sendo feita de forma correta e com os produtos adequados para não prejudicar os equipamentos. 

Veja também: Sistema de manutenção: o que é, para que serve e qual o melhor?

Preparado para extrair ao máximo dos seus ativos depois das nossas dicas? Então não deixe de potencializar ainda mais seus resultados experimentando o software de manutenção do Produttivo. A partir do sistema é possível ter controle sobre todos os processos de manutenção da empresa: do agendamento de manutenção à produção de relatórios. 

Crie uma conta de forma gratuita e comece a testar. Crie seus próprios formulários e veja na prática como a operação pode ser mais ágil! 

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