O acompanhamento da depreciação de máquinas e equipamentos é uma prática que deve ser adotada por empresas que buscam conformidade com a lei, responsabilidade fiscal e maior controle sobre seus ativos.
Além de ser uma exigência para o controle financeiro, a depreciação de máquinas e equipamentos é fundamental para aumentar a eficiência dos ativos. Veja como calculá-la e quais ações ajudam a preservar a vida dos equipamentos:
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- O que é depreciação de máquinas e equipamentos?
- Importância de calcular a depreciação de máquinas e equipamentos
- Como calcular a depreciação de máquinas e equipamentos?
- Qual o tempo da depreciação de máquinas e equipamentos?
- Diferença entre depreciação fiscal e depreciação contábil
- Como reduzir a depreciação de máquinas e equipamentos?
O que é depreciação de máquinas e equipamentos?
A depreciação de máquinas e equipamentos pode ser entendida como a desvalorização dos ativos ao longo do tempo. Esse desgaste pode ser causado tanto pelo próprio tempo de uso, como pelo surgimento de novas soluções tecnológicas e também pela falta de manutenções preventivas.
Toda empresa precisa registrar a depreciação de máquinas e equipamentos em documentos contábeis e financeiros. Afinal, o valor da depreciação poderá ser incluído como custo no imposto de renda.
Para realizar o cálculo da depreciação de forma correta é necessário seguir as diretrizes estipuladas pela Receita Federal, que determina a vida útil e taxa anual de depreciação de máquinas, equipamentos e outros bens.
Qual a vida útil de máquinas e equipamentos?
Para calcular a vida útil de algum bem, você precisará usar a seguinte fórmula:
VU = N x A
Em que:
- N = estimativa de duração do ativo em anos;
- A = horas de uso do ativo por ano.
Se tomarmos como exemplo um equipamento que tem duração de 10 anos e que é usado apenas em dias úteis, cerca de 14 horas por dia, temos que:
- Anos (N) = 10
- Horas de uso por ano (A) = 252 x 14 = 3528 (Ou seja, a quantidade de dias úteis existentes no ano X a quantidade de horas trabalhadas por dia)
Logo a aplicação na fórmula de vida útil seria a seguinte:
VU = N x A
VU = 10 x 3528
VU = 35.280 horas
O anexo III da RFB Nº 1700 determina o prazo de vida útil de alguns bens em anos. Alguns exemplos são:
Bens depreciáveis | Prazo de vida útil (em anos) |
Máquinas e aparelhos de ar-condicionado | 10 anos |
Caldeiras | 10 anos |
Empilhadeiras; outros veículos para movimentação de carga e semelhantes, equipados com dispositivos de elevação. | 10 anos |
Outras máquinas e aparelhos de elevação, de carga, de descarga ou de movimentação. | 10 anos |
Outras máquinas e aparelhos de terraplenagem, nivelamento, raspagem, escavação, compactação, extração ou perfuração da terra, de minerais ou minérios. | 10 anos |
Máquinas e aparelhos para colheita ou debulha de produtos agrícolas. | 10 anos |
Máquinas de ordenhar e máquinas e aparelhos para a indústria de laticínios. | 10 anos |
Máquinas para limpeza, seleção ou peneiração de grãos ou de produtos hortícolas secos; máquinas e aparelhos para a indústria de moagem ou tratamento de cereais ou de produtos hortícolas secos. | 10 anos |
Fornos industriais | 10 anos |
Para consultar o prazo de vida útil de outros bens, acesse a RFB Nº 1700 completa aqui.
Importância de calcular a depreciação de máquinas e equipamentos
De modo geral, o cálculo e acompanhamento da depreciação de máquinas e equipamentos é importante por dois motivos: porque permite que as empresas utilizem o máximo do potencial dos ativos durante sua vida útil e porque garante a conformidade da empresa com as leis fiscais.
Além disso, através do cálculo de depreciação é possível:
- Garantir estabilidade financeira para empresa;
- Ter maior previsibilidade de quando os ativos precisarão ser trocados;
- Calibrar a estratégia de investimentos da empresa, fazendo com que os equipamentos não sejam expostos a altos níveis de depreciação;
- Aumentar o controle sobre os ativos;
- Aumentar a eficiência da gestão empresarial;
- Reduzir custos;
- Melhorar o controle sobre manutenções preventivas.
Veja também: OEE: O que é, como calcular e como usar na manutenção
Como calcular a depreciação de máquinas e equipamentos?
O cálculo da depreciação de máquinas e equipamentos pode ser realizado através da fórmula:
DA = (VN-VR) ÷ N
Em que:
- VN = Representa o valor novo do equipamento;
- VR= Representa o valor residual do equipamento, ou seja, o valor que equipamento tem ao final de sua vida útil;
- N = Representa a vida útil em anos.
Para exemplificar o cálculo vamos considerar um equipamento que é adquirido pelo valor de R$ 400.000,00, tem uma vida útil estimada de 10 anos e um valor residual de cerca de 10%. Ao considerarmos que o valor residual é 10% de R$ 400.000,00, ele representaria R$ 40.000,00. Logo a conta seria:
DA = (400.000 – 40.000) ÷ 10
DA = 360.000 ÷ 10
DA = 36.000/ano
Ou seja, um ano após a compra o equipamento valerá R$ 364.000,00, no segundo ano o valor do ativo será de R$ 328.000,00 e assim por diante.
Lembrando que os valores de vida útil e valor residual são definidos pela Receita Federal que disponibiliza a tabela de depreciação de bens que pode ser consultada aqui.
Depreciação linear
A depreciação linear é o tipo de cálculo de depreciação de máquinas e equipamentos mais usado pelas empresas. Ela considera que o desgaste dos ativos acontece de forma gradual a cada ano e, por isso, considera que o montante da depreciação é o mesmo ano a ano. Sua fórmula é aquela que vimos no tópico anterior:
DA = (VN-VR) ÷ N
Além do cálculo anual também é possível realizar o mensal, que pode ser aplicado para estimar tanto a depreciação fiscal, quanto a contábil. Veja quais fórmulas usar em cada caso:
Depreciação linear mensal fiscal
A depreciação linear mensal fiscal pode ser calculada da seguinte forma:
Depreciação linear mensal fiscal = (valor depreciável x taxa de depreciação fiscal) ÷ 12
Na fórmula o 12 se refere aos 12 meses do ano. Para a aplicação do cálculo vamos levar em conta um ativo que tem o valor depreciável de R$ 1.500.000,00 com uma depreciação fiscal de 10% ao ano, que representa:
Depreciação linear mensal fiscal = (valor depreciável x taxa de depreciação fiscal) ÷ 12
Depreciação linear mensal fiscal = (1.500.000 x 10%) ÷ 12
Depreciação linear mensal fiscal = (1.500.000 x 150.000) ÷ 12
Depreciação linear mensal fiscal = 225000000000 ÷ 12
Depreciação linear mensal fiscal = R$ 18.750,00
Depreciação linear mensal contábil
Já a depreciação linear mensal contábil é calculada assim:
Depreciação linear mensal contábil = (valor depreciável ÷ vida útil estimada) ÷ 12
Aqui novamente o 12 significa os doze meses do ano. Para esse exemplo temos que um equipamento tem valor depreciável de R$ 1.000.000,00 e uma vida útil de 10 anos, assim a aplicação na conta seria:
Depreciação linear mensal contábil = (valor depreciável ÷ vida útil estimada) ÷ 12
Depreciação linear mensal contábil = (1.000.000 ÷ 10) ÷ 12
Depreciação linear mensal contábil = 100.000 ÷ 12
Depreciação linear mensal contábil = 8.333,33
Depreciação acelerada
Diferente da depreciação linear, a depreciação acelerada considera que o desgaste dos equipamentos e as despesas referentes ao ativos são maiores nos primeiros anos e menores conforme os anos vão passando.
Existem várias fórmulas para calcular a depreciação acelerada, tudo vai depender da realidade da empresa, mas a mais comum é o método da depreciação declinante.
Na depreciação declinante o cálculo considera a depreciação do ativo o dobro da depreciação que seria prevista pelo método tradicional que é o linear. Nesse caso, se um ativo de R$ 10.000 tem uma útil de 10 anos e uma depreciação de 10%, a depreciação acelerada seria de 20% ou R$ 2.000,00. Assim, ao final do primeiro ano o valor do ativo seria de R$ 8.000,00.
Para o segundo ano o cálculo continua sendo 20%, baseado no valor líquido do ativo, ou seja, 20% de R$ 8.000,00, o que representa R$ 1.600,00, fazendo com que no segundo ano o ativo valha R$ 6.400,00. O cálculo segue o mesmo padrão até o terceiro ano.
Depois do terceiro ano, quando o ativo estará com um valor de R$5.120, o cálculo pode seguir uma linearidade, considerando o mesmo valor de degradação por ano, assim como a depreciação linear.
No nosso exemplo para saber qual é o valor de degradação anual, devemos dividir os R$5.120 pelo restante da vida útil estimada para o equipamento, que seria 7 anos, resultando em R$ 731,43 por ano.
Depreciação por unidade
O método de depreciação por unidade é muito utilizado para máquinas produtivas. Em seu cálculo ele considera a vida útil do ativo e a capacidade de produção (que pode ser total ou mensal).
Existem dois tipos de cálculos que podem ser feitos. O primeiro considera a produção total do ativo:
Depreciação por unidade = valor depreciável ÷ capacidade total de produção
Para o nosso exemplo vamos considerar um equipamento com valor depreciável (valor do ativo) de R$ 1.000.000,00 e capacidade total de produção de 80 milhões de peças durante sua vida útil. Aplicando na fórmula temos que:
Depreciação por unidade = valor depreciável ÷ capacidade total de produção
Depreciação por unidade = 1.000.000 ÷ 80.000.000
Depreciação por unidade = R$ 0,01
Com a segunda fórmula é possível descobrir a depreciação mensal da unidade, através do cálculo:
Depreciação por unidade mensal = depreciação por unidade x total de peças produzidas no mês
Vamos supor que durante um mês o ativo tenha produzido cerca de 200.000 unidades e que sua depreciação por unidade seja de R$ 0,01, então nossa conta ficaria assim:
Depreciação por unidade mensal = depreciação por unidade x total de peças produzidas no mês
Depreciação por unidade mensal = 0,01 x 200.000
Depreciação por unidade mensal = R$ 2.000
Qual o tempo da depreciação de máquinas e equipamentos?
O tempo de depreciação de um equipamento é variável, tudo depende do tipo de ativo, de como foi feita a sua instalação, da sua finalidade, do tempo que fica em operação por dia, das condições de trabalho, da forma como é usado e, principalmente, se existe um plano de manutenções preventivas.
Mas de acordo com a Receita Federal, para fins contábeis, existe uma tabela que estipula o tempo de depreciação de ativos com suas respectivas taxas de depreciação ao ano e que contempla inúmeros tipos de maquinários e equipamentos. As diretrizes estão dispostas na Normativa da Secretaria da Receita Federal e variam conforme o tipo de equipamento. Veja os principais:
- Máquinas e equipamentos: 10% ao ano;
- Edificações: 4% ao ano;
- Instalações: 10% ao ano;
- Ferramentas: 15% ao ano;
- Veículos: 20% ao ano;
- Caminhões: 20 a 25% ao ano;
- Equipamentos de comunicação: 20% ao ano;
- Equipamentos de informática: 20% ao ano.
Diferença entre depreciação fiscal e depreciação contábil
A depreciação fiscal é calculada para fins tributários, de modo a identificar quais serão as alíquotas da Receita Federal. Por isso, devem seguir as taxas de depreciação estipuladas pela normativa IN 1700/17.
Já a depreciação contábil serve para que a empresa tenha controle financeiro sobre o ativo, identificando qual é o seu desgaste real, isso faz com que a organização consiga se preparar financeiramente para a hora certa de troca de maquinários, por exemplo.
Além disso, o cálculo de depreciação de máquinas e equipamentos é diferente. Para calcular a depreciação fiscal mensal, uma fórmula que poderia ser utilizada é:
Depreciação mensal = (Valor da máquina x taxa de depreciação fiscal) ÷ 12
Depreciação mensal = (1.000.000 x 10%) ÷ 12
Depreciação mensal = (1.000.000 x 100.000) ÷ 12
Depreciação mensal = 8.333,33
Para esse exemplo consideramos um ativo com valor de R$ 1.000.000,00 e com taxa de depreciação de 10% ao ano e dividimos pelos 12 meses para obter o valor mensal.
Por outro lado o cálculo de depreciação contábil pode ser realizado da seguinte maneira:
Depreciação contábil mensal = (Valor da máquina ÷ valor da vida útil da máquina) ÷ 12
Depreciação contábil mensal = (1.000.000 ÷ 15) ÷ 12
Depreciação contábil mensal = 66.666,66 ÷ 12
Depreciação contábil mensal = 5.555,55
Para o exemplo consideramos o mesmo valor do ativo, mas com uma vida útil de 15 anos.
Leia também: Controle de equipamentos: 8 dicas para fazer o seu
Como reduzir a depreciação de máquinas e equipamentos?
A gestão de ativos não acaba com o cálculo da depreciação de máquinas e equipamentos, pelo contrário, é preciso que algumas estratégias sejam adotadas para garantir que os equipamentos estão sendo utilizados com sua capacidade máxima e que sua eficiência seja preservada ao longo dos anos. Veja algumas e como elas podem te ajudar a prolongar a vida útil dos ativos:
Manutenção preventiva
Um dos fatores responsáveis por diminuir a disponibilidade e a vida útil dos ativos é a falta de manutenções preventivas, que são realizadas de forma periódica para prevenir que problemas graves levem o equipamento a uma quebra, identificando as não conformidades logo no início e solucionando-as de forma mais rápida e econômica.
Por isso, se suas máquinas só passam por manutenções de caráter emergencial, para solucionar os problemas apenas depois que eles acontecem, isso pode ser um grande alerta.
A dica é investir em um cronograma de manutenção de acordo com a necessidade de cada ativo, para acompanhar questões básicas como lubrificação, limpeza, ajuste de rolamentos, calibração e existência de vazamentos ou parafusos soltos.
Além disso, ao acompanhar de perto o desempenho de cada equipamento, será possível identificar quais deles tendem a falhar mais, quais são as principais não conformidades encontradas durante as manutenções e traçar planos estratégicos de gestão. Um processo que garante o melhor aproveitamento das máquinas.
Manutenção preditiva
Outro tipo de manutenção que ajuda a postergar a depreciação das máquinas e equipamentos ao máximo é a manutenção preditiva.
Diferente da preventiva, a manutenção preditiva usa recursos tecnológicos que acompanham a performance dos ativos, coletam os resultados e indicam quando existem variações que podem significar que o equipamento está começando a apresentar problemas.
São exemplos de recursos utilizados na manutenção preditiva: análise de vibração, de óleo, de fluídos lubrificantes e hidráulicos, a termografia e o ultrassom.
Veja também: Manutenção planejada: o que é, principais tipos e como fazer
Software de manutenção
Os softwares de manutenção também são outros aliados do aumento da disponibilidade dos ativos, porque automatizam processos, deixando as rotinas padronizadas, mais confiáveis e ágeis; e o acompanhamento de performance mais fácil e prático.
Um exemplo é o software de manutenção do Produttivo, que oferece recursos completos para comprovação e gestão de serviços, como:
- Painel de atividades, no qual é possível agendar as manutenções de forma automática e acompanhar o andamento de cada uma;
- Formulários, relatórios, ordens de serviço e checklists de manutenções digitais com recursos que agilizam o preenchimento das informações;
- Página de abertura de chamados;
- Painel com dados e indicadores sobre os serviços.
É possível usar o aplicativo por 15 dias grátis, sem precisar cadastrar o cartão de crédito e ter acesso a todas as funcionalidades do app. Veja um checklist de manutenção de máquinas e equipamentos gerado pelo sistema:
Capacitação e treinamento da equipe de manutenção
É comum que parte da depreciação de máquinas e equipamentos venha do mau uso e da manipulação incorreta dos ativos, problemas que podem ser resolvidos com o treinamento e capacitação da equipe de operação.
Outra dica que pode ajudar a padronizar a forma que os equipamentos são manuseados é criar um procedimento operacional padrão, que detalhe o passo a passo de como os processos devem acontecer. Assim, sempre que um novo colaborador for admitido, será mais fácil informar o procedimento correto.
Veja também: Modelo de POP: o que é POP, qual a importância e as vantagens?
Limpeza das máquinas
Por fim, a última estratégia recomendada para atrasar a depreciação das máquinas e equipamentos é estabelecer uma rotina de limpeza nos ativos. Afinal, é comum que eles acumulem poeira e demais sujeiras que podem atrapalhar a produção da máquina, seu desempenho ao longo do tempo e ainda ocorrer em risco para os operadores.
Defina rotinas e procedimentos específicos a serem realizados com periodicidade. Além do cronograma, certifique-se de que a limpeza está sendo feita de forma correta e com os produtos adequados para não prejudicar os equipamentos.
Veja também: Sistema de manutenção: o que é, para que serve e qual o melhor?
Preparado para extrair ao máximo dos seus ativos depois das nossas dicas? Então não deixe de potencializar ainda mais seus resultados experimentando o software de manutenção do Produttivo. A partir do sistema é possível ter controle sobre todos os processos de manutenção da empresa: do agendamento de manutenção à produção de relatórios.
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