mapa de riscos

Mapa de Riscos: o que é, para que serve e quais são os tipos?

O mapa de riscos é um aliado da segurança do trabalho, pois ajuda a identificar possíveis riscos no ambiente, bem como estabelece diferentes classificações para cada um. Assim, é possível saber qual risco é apresentado por qual ambiente, e sua gravidade.

Recomendado pelo Ministério do Trabalho, ele atua como uma representação gráfica dos potenciais riscos à saúde e segurança dos colaboradores. Continue lendo o artigo para entender melhor como o mapa de riscos é feito e sua importância para as empresas.

Veja também: Checklist de Segurança do Trabalho digital

O que é mapa de riscos?

Um mapa de riscos é feito a partir de um mapeamento de toda a empresa, identificando pontos que podem apresentar alguma ameaça à saúde ou segurança dos trabalhadores naquele ambiente.

O mapa deve classificar os riscos em tipos (falaremos mais sobre isso abaixo), que devem ser diferenciados por cores distintas. Também é preciso mostrar a diferença entre a gravidade de cada um, por meio de círculos de vários tamanhos.

Desse modo, todos os potenciais riscos, como acidentes ou exposição a agentes químicos, são exibidos de maneira visual, com cores e tamanhos que identificam eventuais ameaças e sua gravidade.

O objetivo é alertar colaboradores e público geral para elementos nocivos; para a empresa, facilita a elaboração dos procedimentos de segurança e relatórios de segurança do trabalho.

Modelo de Checklist de Segurança no trabalho digital para usar em sistema

O que é mapa de riscos NR?

O mapa de riscos passou a ser uma exigência do Ministério do Trabalho e Previdência, conforme a Portaria nº 05/1992, que altera a Norma Regulamentadora nº 09 (NR-9) para incluir a obrigatoriedade do mapa de riscos. Veja o que diz:

“Acrescentar ao item 9.4 da Norma Regulamentadora NR-9 – Riscos Ambientais, a alínea “c” e itens, estabelecendo a obrigatoriedade da elaboração de Mapas de Riscos Ambientais nas Empresas cujo grau de risco e número de empregados demandem a constituição de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes-CIPA, […], que passa a vigorar com a seguinte redação

9.4 Cabe ao empregador:

[…]

c) realizar o mapeamento de riscos ambientais, afixando-o em local visível, para informação aos trabalhadores […]”.

Porém, em 2022, uma nova decisão, a portaria/ MTP nº422, estabeleceu que os mapas de riscos deixam de ser obrigatórios. Ainda cabe à CIPA identificar potenciais riscos no ambiente de trabalho, mas o mapa de riscos passa a ser uma opção para cumprir essa função, e não um requisito.

Mapa de riscos e segurança do trabalho

O mapa de riscos é um informativo visual para os funcionários da empresa, mostrando os riscos apresentados pelo trabalho. Por isso, ele é essencial para a segurança do trabalho e deve fazer parte da rotina das empresas. 

Mapa de riscos e a CIPA

O mapa de riscos pode ser usado pela CIPA para identificar e listar os riscos apresentados pelo trabalho, bem como medidas preventivas. A comissão é formada por colaboradores, com o objetivo de manter um ambiente de trabalho seguro e saudável.

Kit de EPI para baixar

Para que serve o mapa de riscos?

O mapa de riscos é um aliado na segurança do trabalho, ajudando a preservar a integridade dos funcionários. Veja alguns benefícios de implementar essa ferramenta na sua empresa:

Estimular Análise de Risco do Trabalho (ART)

A Análise de Risco do Trabalho, ou ART, é uma avaliação de todas as etapas do trabalho, listando os riscos apresentados por cada uma. Também devem ser apontadas as recomendações adequadas, para minimizar esses riscos.

Com a adoção de um mapa de riscos, fica mais fácil elaborar a ART, já que as informações já estarão documentadas.

Incentivar a participação de todos nas atividades de prevenção

A prevenção a acidentes não é assunto só da CIPA: todos os colaboradores devem estar envolvidos nos riscos e nas formas de prevenção a acidentes. Quando toda a empresa participa, é ainda mais fácil identificar pontos de atenção e oportunidades de melhorias.

Divulgar e alertar quanto aos riscos existentes em cada ambiente de trabalho

Além de ser uma requisição legal para as empresas, um dos principais benefícios do mapa de riscos é conscientizar os trabalhadores sobre os riscos ambientais, além de divulgar as medidas de prevenção.

Quais as penalidades para quem não aplicar o mapa de risco?

Com a atual alteração na legislação, que desobriga a elaboração do mapa de risco, não há penalidades para as empresas que não emitirem o documento. Porém, a empresa ainda tem obrigações quanto à segurança do trabalho, e o não cumprimento pode resultar em multa e até suspensão das atividades.  

Quem é o responsável pela elaboração do documento de risco?   

O mapa, assim como outros documentos pertinentes à segurança dos colaboradores, deve ser elaborado pela Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, a CIPA. Também é possível contratar uma empresa especializada, desde que devidamente regulamentada pelo Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT).

Mesmo com a queda da obrigação legal da emissão do mapa de risco, ainda cabe à comissão elaborar um documento de risco, e esse deve ser feito pela comissão.

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O que diz a NR 5 sobre o mapa de risco? 

A Norma Regulamentadora nº 05 do Governo Federal regulamenta a constituição da CIPA. Sobre o mapa de riscos, a NR-5 diz:

“5.3.1 A CIPA tem por atribuição:

a) acompanhar o processo de identificação de perigos e avaliação de riscos bem como a adoção de medidas de prevenção implementadas pela organização;

b) registrar a percepção dos riscos dos trabalhadores, em conformidade com o subitem 1.5.3.3 da  NR-01, por meio do mapa de risco ou outra técnica ou ferramenta apropriada à sua escolha, sem ordem de preferência, com assessoria do Serviço Especializado em Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT, onde houver […]”.

Porém, a portaria nº422/ 2021 derrubou a obrigatoriedade do mapa, abrindo a possibilidade de uso de outra ferramenta para análise de riscos, a critério da comissão.

Leia também: 17 indicadores de segurança do trabalho para acompanhar

Como se faz um mapa de risco?

O mapa de risco pode ser elaborado pela CIPA e pela equipe de Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT). Para fazer o mapa, primeiro é preciso obter todos os detalhes das instalações, informações sobre as atividades executadas, equipamentos que serão operados, instrumentos utilizados, substâncias com as quais os colaboradores podem entrar em contato, e o grau de risco de cada um desses itens.

A coleta de dados deve ser realizada pelos colaboradores. Além disso, o mapa de riscos deve seguir algumas diretrizes, como veremos a seguir. 

Análise de riscos Segurança do Trabalho

A análise de riscos deve ser previamente realizada pelo empregador, de maneira a informar os colaboradores sobre os potenciais riscos a que estão expostos durante o trabalho. Essa análise também vai embasar o mapa de riscos.

Vamos ver alguns pontos a serem mapeados:

Processo e procedimentos produtivos da empresa

São todos os processos executados no dia a dia da empresa, proporcionando uma visão abrangente de todas as atividades realizadas pelos funcionários. Isso inclui até mesmo procedimentos de baixo risco.

Os colaboradores também precisam ser registrados, coletando informações como quantidade de funcionários, gênero e quais treinamentos possuem.

Ambiente de trabalho

Refere-se às instalações e espaços utilizados durante a jornada de trabalho. Para que o mapa seja completo, é necessário incluir áreas de descanso, cozinha, banheiro, estacionamento e demais ambientes ocupados pela equipe.

Equipamentos e produtos utilizados

Aqui entram tanto os equipamentos e máquinas quanto ferramentas e outros materiais usados no dia a dia, ainda que aparentemente não apresentem riscos à saúde ou à segurança.

Legislação

Muitas medidas de segurança do trabalho baseiam-se na legislação atual, por meio das normas regulamentadoras. Portanto, ao elaborar o mapa de riscos, é preciso verificar quais NRs se aplicam à empresa.

Histórico de acidentes da empresa e do ramo de atividade da empresa

Caso a empresa, ou outras empresas do mesmo segmento, já tenha registrado acidentes, recomenda-se mapear essas ocorrências para identificar pontos de atenção e procedimentos a serem adotados ou evitados.

Levantamentos ambientais já realizados pela empresa, e se necessário, realizar novos

Qualquer outro levantamento já realizado pela empresa sobre os riscos que o ambiente apresenta aos colaboradores pode servir de embasamento para o mapa de risco. Também pode ser necessário realizar novos estudos mais abrangentes ou atualizados.

Ilustração com descritivo das funcionalidades para relatórios do sistema do Produttivo e imagens ilustrativas de relatórios personalizados

Classificação dos riscos

Para facilitar o entendimento dos riscos, eles são classificados por tipos, e cada tipo de risco será representado por uma cor no mapa de riscos (veremos mais sobre isso abaixo). Desse modo, os riscos são classificados como:

Risco físico

Os riscos físicos são representados pela cor verde. Entre eles estão:

  • Ruído,
  • Vibração,
  • Calor,
  • Frio,
  • Pressão,
  • Radiação ionizante e não-ionizante;
  • Umidade.

Risco químico

Já os riscos químicos são representados pela cor vermelha. Alguns exemplos são:

  • Poeira;
  • Gases;
  • Névoa e neblina;
  • Vapor;
  • Fumo.

Risco ergonômico

Os riscos ergonômicos são representados pela cor amarela, tais como:

  • Movimentos repetitivos;
  • Má postura;
  • Levantamento e transporte de peso;
  • Esforço físico;
  • Turnos extensos.

Risco mecânico

Também chamado de risco de acidente, o risco mecânico é representado pela cor azul. São exemplos de riscos mecânicos ou de acidentes:

Risco biológico

Os riscos biológicos são representados pela cor marrom. Veja alguns exemplos:

  • Bactérias;
  • Vírus;
  • Fungos;
  • Protozoários;
  • Insetos e pragas;
  • Parasitas.

Elementos do mapa de riscos

Seu mapa de risco deve conter três itens principais para que seja completo e confiável:

  • Tipo de risco representado por cor;
  • Nível de risco representado pelo tamanho do círculo;
  • Número de trabalhadores expostos àquele risco.

Lembre-se que para obter todos esses dados, é preciso realizar uma análise de riscos e um mapeamento completo de toda a empresa, bem como da quantidade de funcionários.

Mapa de risco: círculos

Além da classificação por cores, como vimos acima, é realizada também uma diferenciação com círculos de diferentes tamanhos. Olha só:

  • Círculo pequeno: risco baixo ou médio, mas já controlado;
  • Círculo médio: risco relevante, mas que pode ser controlado;
  • Círculo grande: risco alto que não pode pode ser controlado, representando ameaça à vida, à saúde e à integridade física.

Grupo Homogêneo de Exposição

Outro ponto a ser explorado no mapa de riscos é o Grupo Homogêneo de Exposição (GHE), ou seja, um conjunto de trabalhadores expostos ao mesmo risco. Os colaboradores de perfil semelhante normalmente estão sujeitos aos mesmos riscos, ainda que isso não se aplique a todos os funcionários.

Por isso, além do mapeamento de pessoas e processos, é preciso criar GHEs para entender quais as variáveis em comum em cada grupo. Os grupos homogêneos podem ser definidos pela natureza do serviço, contato com determinados agentes de risco, uso de equipamentos, entre outros.

Esses dados podem ser obtidos por meio de um Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e ajudam na gestão da segurança do trabalho e na elaboração de um mapa de riscos abrangente.

Relatório de não conformidade digital para ser usado por diversos segmentos com questões de não conformidade

Como desenhar o Mapa de Riscos?

Conforme explicamos anteriormente, o mapa de riscos deve ser uma representação gráfica dos perigos à saúde e à segurança a que o trabalhador está exposto em seu ambiente de trabalho.

Ele deve ser fácil de interpretar, separado por ambiente e com círculos coloridos representado os riscos potenciais, bem como sua gravidade.

Vamos usar como exemplo uma empresa que possua quatro ambientes (recepção, copa, área de produção e banheiro). Cada um desses ambientes vai apresentar um tipo de risco diferente, em graus de gravidade diferentes.

Portanto, usaremos as cores para explicar visualmente qual é o tipo de risco que o espaço apresenta, e os círculos para mostrar a gravidade de cada um deles. Seu mapa de risco vai ficar assim:

mapa de risco

No exemplo acima, vemos que:

  • A recepção apresenta risco ergonômico relevante e risco de acidente baixo já controlado;
  • A copa apresenta risco químico e risco de acidente baixos já controlados;
  • A área de produção risco físico e risco mecânico (de acidente) altos que não podem ser controlados, e risco ergonômico e risco químico relevantes, mas que podem ser controlados;
  • O banheiro apresenta risco de acidente (mecânico) baixo já controlado.

Depois de pronto, o mapa de risco pode ser impresso e afixado em um lugar visível. Além disso, a presença de legendas facilita o entendimento. Para reforçar a segurança dos trabalhadores, o ideal é que o mapa seja combinado com outras medidas de proteção, incluindo treinamentos, uso de EPIs e eventos de conscientização.


Sua empresa já usa o mapa de riscos? Conte sua experiência nos comentários!

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