O mapa de riscos é um aliado da segurança do trabalho, pois ajuda a identificar possíveis perigos no ambiente e estabelece diferentes classificações para cada um. Assim, é possível saber qual risco ocupacional é apresentado por qual ambiente, e sua gravidade.
Recomendado pelo Ministério do Trabalho, ele atua como uma representação gráfica dos potenciais riscos à saúde e segurança dos colaboradores. Continue lendo o artigo para entender melhor como o mapa de riscos é feito e sua importância para as empresas!
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- O que é mapa de riscos na segurança do trabalho?
- Qual NR fala sobre mapa de riscos?
- Para que serve o mapa de riscos?
- Quais são os tipos de risco na segurança do trabalho?
- Quais as penalidades para quem não aplicar o mapa de riscos?
- Quem é o responsável pela elaboração do mapa de riscos?
- Como se faz um mapa de riscos?
- Quais são os elementos do mapa de riscos?
- Como desenhar o mapa de riscos?
O que é mapa de riscos na segurança do trabalho?
Um mapa de riscos é feito a partir de um mapeamento de toda a empresa, identificando perigos que podem apresentar alguma ameaça à saúde ou segurança dos trabalhadores naquele ambiente.
O mapa deve classificar os riscos em tipos (falaremos mais sobre isso abaixo), que devem ser diferenciados por cores distintas. Também é preciso mostrar a diferença entre a gravidade de cada um, por meio de círculos de vários tamanhos.

Desse modo, todos os potenciais riscos, como acidentes ou exposição a agentes químicos, são exibidos de maneira visual, com cores e tamanhos que identificam eventuais ameaças e sua gravidade.
O objetivo é alertar colaboradores e público geral para elementos nocivos. Para a empresa, o mapa facilita a elaboração dos procedimentos de segurança e relatórios de segurança do trabalho.

Qual NR fala sobre mapa de riscos?
O mapa de riscos passou a ser uma exigência do Ministério do Trabalho e Previdência em 1992, conforme a Portaria nº 05, que alterava a Norma Regulamentadora nº 09 (NR-9) para incluir a obrigatoriedade do mapa de riscos. Veja o que diz:
Cabe ao empregador: […] realizar o mapeamento de riscos ambientais, afixando-o em local visível, para informação aos trabalhadores […]”.
Porém, em 2022, uma nova decisão, a Portaria MTP nº 422, estabeleceu que os mapas de riscos deixam de ser obrigatórios. Ainda cabe à CIPA identificar potenciais riscos no ambiente de trabalho, mas o mapa de riscos passa a ser uma opção para cumprir essa função, e não um requisito.
Além disso, a Norma Regulamentadora nº 05 regulamenta a constituição da CIPA. Sobre o mapa de riscos, a NR-5 diz:
“5.3.1 A CIPA tem por atribuição:
a) acompanhar o processo de identificação de perigos e avaliação de riscos bem como a adoção de medidas de prevenção implementadas pela organização;
b) registrar a percepção dos riscos dos trabalhadores […] por meio do mapa de risco ou outra técnica ou ferramenta apropriada à sua escolha, sem ordem de preferência, com assessoria do Serviço Especializado em Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT, onde houver […]”.
Porém, como a portaria 422 derrubou a obrigatoriedade do mapa, abre-se a possibilidade de uso de outra ferramenta para análise de riscos, a critério da comissão.
Para que serve o mapa de riscos?
O mapa de riscos é um aliado na segurança do trabalho, ajudando a preservar a integridade dos funcionários. Veja alguns benefícios de implementar essa ferramenta na sua empresa:
Estimular Análise de Risco do Trabalho (ART)
A Análise de Risco do Trabalho, ou ART, é uma avaliação de todas as etapas do trabalho, listando os riscos apresentados por cada uma. Também devem ser apontadas as recomendações adequadas para minimizar esses riscos.
Com a adoção de um mapa de riscos, fica mais fácil elaborar a ART, já que as informações já estarão documentadas.
Incentivar a participação de todos nas atividades de prevenção
A prevenção a acidentes não é assunto só da CIPA: todos os colaboradores devem estar envolvidos nos riscos e nas formas de prevenção e controle. Quando toda a empresa participa, é ainda mais fácil identificar pontos de atenção e oportunidades de melhorias.
Divulgar e alertar quanto aos riscos existentes em cada ambiente de trabalho
Mesmo sem a obrigatoriedade legal do documento, um dos principais benefícios do mapa de riscos é conscientizar os trabalhadores sobre os riscos ambientais, além de divulgar as medidas de prevenção.

Quais são os tipos de risco na segurança do trabalho?
Existem diferentes riscos apresentados aos trabalhadores. Eles podem ser separados conforme o grau e conforme o agente de risco. Vamos entender melhor:
Graus de risco
Os riscos podem ser classificados em três diferentes graus:
- Risco leve: são os riscos baixos e/ ou já controlados;
- Risco moderado: os riscos são medianos, mas podem ser controlados;
- Risco elevado: são os riscos altos e que não podem ser controlados, representando risco de morte, doenças ou mutilação.
Agentes de risco
Já os agentes de risco são os causadores do perigo e são divididos em cinco categorias. São elas:
Risco físico
Os riscos físicos são representados pela cor verde, e são aqueles presentes fisicamente no espaço, podendo causar danos tanto à saúde quanto à segurança. Entre eles estão:
Risco químico
Já os riscos químicos, representados pela cor vermelha, são aqueles apresentados por produtos químicos e seus resíduos. Alguns exemplos são:
- Poeira;
- Gases;
- Névoa e neblina;
- Vapor;
- Fumo.
Risco ergonômico
Por sua vez, os riscos ergonômicos são aqueles relacionados à postura e ao esforço físico, podendo causar lesões. Eles são representados pela cor amarela, tais como:
- Movimentos repetitivos;
- Má postura;
- Levantamento e transporte de peso;
- Esforço físico;
- Turnos extensos.
Risco mecânico
Também chamado de risco de acidente, o risco mecânico é representado pela cor azul. Causados por equipamentos e pela estrutura do ambiente, são exemplos de riscos mecânicos ou de acidentes:
- Iluminação inadequada;
- Incêndio e explosão;
- Eletricidade;
- Máquinas e equipamentos;
- Ferramentas e objetos;
- Quedas.
Risco biológico
Por fim, os riscos biológicos são representados pela cor marrom, e são aqueles apresentados por micro-organismos causadores de doenças. Veja alguns exemplos:
- Bactérias;
- Vírus;
- Fungos;
- Protozoários;
- Insetos e pragas;
- Parasitas.
Quais as penalidades para quem não aplicar o mapa de riscos?
Com a atual alteração na legislação, que desobriga a elaboração do mapa de risco, não há penalidades para as empresas que não emitirem o documento. Porém, a empresa ainda tem obrigações quanto à segurança do trabalho, e o não cumprimento das medidas de prevenção e controle pode resultar em multa e até suspensão das atividades.
Quem é o responsável pela elaboração do mapa de riscos?
O mapa de riscos, assim como outros documentos pertinentes à segurança dos colaboradores, deve ser elaborado pela Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, a CIPA. Também é possível contratar uma empresa especializada, desde que devidamente regulamentada pelo Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT).
Mesmo com a queda da obrigação legal da emissão do mapa de risco, ainda cabe à empresa elaborar um documento de risco, e esse deve ser feito pela comissão.
Como se faz um mapa de riscos?
O mapa de riscos pode ser elaborado pela CIPA e pela equipe do SESMT. Para fazer o mapa, primeiro é preciso obter todos os detalhes das instalações, informações sobre as atividades executadas, equipamentos que serão operados, instrumentos utilizados, substâncias com as quais os colaboradores podem entrar em contato, e o grau de risco de cada um desses itens.
A coleta de dados deve ser realizada pelos colaboradores. Além disso, o mapa de riscos deve seguir algumas diretrizes, como veremos a seguir.
Análise de riscos Segurança do Trabalho
A análise de riscos deve ser previamente realizada pelo empregador, de maneira a informar os colaboradores sobre os potenciais riscos a que estão expostos durante o trabalho. Essa análise também vai embasar o mapa de riscos.
Vamos ver alguns pontos a serem mapeados:
Processo e procedimentos produtivos da empresa
São todos os processos executados no dia a dia da empresa, proporcionando uma visão abrangente de todas as atividades realizadas pelos funcionários. Isso inclui até mesmo procedimentos de baixo risco.
Os colaboradores também precisam ser registrados, coletando informações como quantidade de funcionários, gênero e quais treinamentos possuem.

Ambiente de trabalho
Refere-se às instalações e espaços utilizados durante a jornada de trabalho. Para que o mapa seja completo, é necessário incluir também áreas de descanso, cozinha, banheiro, estacionamento e demais ambientes ocupados pela equipe.
Equipamentos e produtos utilizados
Aqui entram tanto os equipamentos e máquinas quanto ferramentas e outros materiais usados no dia a dia, ainda que aparentemente não apresentem riscos à saúde ou à segurança.
Legislação
Muitas medidas de segurança do trabalho baseiam-se na legislação atual, por meio das normas regulamentadoras. Portanto, ao elaborar o mapa de riscos, é preciso verificar quais NRs se aplicam à empresa.
Histórico de acidentes da empresa e do ramo
Caso a empresa, ou outras empresas do mesmo segmento, já tenha registrado acidentes, recomenda-se mapear essas ocorrências para identificar pontos de atenção e procedimentos a serem adotados ou evitados.
Levantamentos ambientais já realizados pela empresa
Qualquer outro levantamento já realizado pela empresa sobre os riscos que o ambiente apresenta aos colaboradores pode servir de embasamento para o mapa de risco. Também pode ser necessário realizar novos estudos mais abrangentes ou atualizados.
Classificação dos riscos
Para facilitar o entendimento dos riscos, eles são classificados por tipos, e cada tipo de risco será representado por uma cor no mapa de riscos (veremos mais sobre isso adiante).
Como vimos anteriormente, os riscos podem ser classificados como:
- Riscos físicos;
- Riscos químicos;
- Riscos biológicos;
- Riscos ergonômicos;
- Riscos mecânicos ou de acidentes.
Grupo Homogêneo de Exposição
Outro ponto a ser explorado no mapa de riscos é o Grupo Homogêneo de Exposição (GHE), ou seja, um conjunto de trabalhadores expostos ao mesmo risco. Os colaboradores de perfil semelhante normalmente estão sujeitos aos mesmos riscos, ainda que isso não se aplique a todos os funcionários.
Por isso, além do mapeamento de pessoas e processos, é preciso criar GHEs para entender quais as variáveis em comum em cada grupo. Os grupos homogêneos podem ser definidos pela natureza do serviço, contato com determinados agentes de risco, uso de equipamentos, entre outros.
Esses dados podem ser obtidos por meio de um Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e ajudam na gestão da segurança do trabalho e na elaboração de um mapa de riscos abrangente.
Quais são os elementos do mapa de riscos?
Seu mapa de risco deve conter três itens principais para que seja completo e confiável:
- Tipo de risco representado por cor;
- Nível de risco representado pelo tamanho do círculo;
- Número de trabalhadores expostos àquele risco.
Lembre que, para obter todos esses dados, é preciso realizar uma análise de riscos e um mapeamento completo de toda a empresa, bem como da quantidade de funcionários.
Além da classificação por cores, como vimos acima, é realizada também uma diferenciação com círculos de diferentes tamanhos. Olha só:
- Círculo pequeno: risco baixo ou médio, mas já controlado;
- Círculo médio: risco relevante, mas que pode ser controlado;
- Círculo grande: risco alto que não pode pode ser controlado, representando ameaça à vida, à saúde e à integridade física.

Como desenhar o mapa de riscos?
Conforme explicamos anteriormente, o mapa de riscos deve ser uma representação gráfica dos perigos à saúde e à segurança a que o trabalhador está exposto em seu ambiente de trabalho.
Ele deve ser fácil de interpretar, separado por ambiente e com círculos coloridos representado os riscos potenciais e sua gravidade.
Vamos usar como exemplo uma empresa que possua quatro ambientes (recepção, copa, área de produção e banheiro). Cada um desses ambientes vai apresentar um tipo de risco diferente, em graus de gravidade diferentes.
Portanto, usaremos as cores para explicar visualmente qual é o tipo de risco que o espaço apresenta, e os círculos para mostrar a gravidade de cada um deles. Seu mapa de risco vai ficar assim:

No exemplo acima, vemos que:
- A recepção apresenta risco ergonômico relevante e risco de acidente baixo já controlado;
- A copa apresenta risco químico e risco de acidente baixos já controlados;
- A área de produção risco físico e risco de acidente altos que não podem ser controlados, e risco ergonômico e risco químico relevantes, mas que podem ser controlados;
- O banheiro apresenta risco de acidente baixo já controlado.
Depois de pronto, o mapa de risco pode ser impresso e afixado em um lugar visível. Além disso, a presença de legendas facilita o entendimento. Para reforçar a segurança dos trabalhadores, o ideal é que o mapa seja combinado com outras medidas de proteção, incluindo treinamentos, uso de EPIs e eventos de conscientização.
O Produttivo é um software de gestão de serviços que ajuda no controle da segurança do trabalho por meio de relatórios de segurança do trabalho, checklists de EPI, ordem de serviço NR-1 e outros formulários.
Além dos modelos prontos, no sistema é possível gerar diferentes tipos de relatório de segurança do trabalho para controle, como EPI, NR 1, NR 12, NR 35, inspeção de extintores e muito mais!
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