Qualidade do ar interior: o que é e como manter?

A qualidade do ar interior em ambientes fechados está diretamente relacionada com a saúde dos ocupantes do espaço, além de ser uma questão abordada pela Lei nº 13.589, que determina os parâmetros de qualidade do ar a serem seguidos pelo Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC) dos aparelhos de climatização e refrigeração.

No artigo a seguir, vamos entender melhor como a qualidade do ar interior é medida, qual sua importância e tudo que você precisa saber. Boa leitura!

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O que é qualidade do ar interior?

A qualidade do ar interior (QAI) refere-se à condição do ar dentro de edifícios e outros ambientes fechados, em relação à saúde, ao conforto e ao bem-estar das pessoas que os ocupam.

Esse conceito engloba a presença (ou ausência) de agentes contaminantes, como poluentes químicos, partículas em suspensão, micro-organismos e outros fatores que podem afetar negativamente a saúde ou o conforto dos ocupantes.

Quanto melhor a qualidade do ar, menos presença de agentes de risco há no ambiente. Ela também está relacionada a questões como umidade, temperatura e outros fatores, como veremos mais adiante.

Por tratar de ambientes internos, a qualidade do ar interior está diretamente relacionada ao uso de aparelhos de ar-condicionado, outros equipamentos de refrigeração e à elaboração de documentos como o PMOC.

Continue acompanhando o artigo para entender mais sobre isso!

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Por que se preocupar com a qualidade do ar interior?

Como falamos acima, a qualidade do ar interior está diretamente relacionada à saúde dos ocupantes do imóvel, mas vai além disso. Olha só:

  • Saúde: a má qualidade do ar interior pode causar problemas respiratórios, alergias, dores de cabeça e até enfermidades graves de saúde, como asma ou doenças cardiovasculares;
  • Conforto: o ar puro melhora o bem-estar, a produtividade e a concentração dos ocupantes, contribuindo para a qualidade de vida;
  • Eficiência energética: ambientes com boa ventilação e controle de poluentes contribuem para a eficiência dos sistemas de climatização.

Melhorar a qualidade do ar interior envolve práticas como manutenção adequada dos sistemas de ar-condicionado, uso de purificadores de ar, controle de fontes de poluição interna e aumento da ventilação natural. Falaremos mais sobre isso ao longo do artigo!

Quais são os fatores que afetam a qualidade do ar interior?

A qualidade do ar interior pode ser afetada por diferentes fatores, vamos conhecer quais são os principais:

Poluentes químicos

Agentes químicos são os principais responsáveis por comprometer a qualidade do ar interior. Alguns exemplos são:

  • Compostos Orgânicos Voláteis (COVs), emitidos por tintas, móveis, produtos de limpeza, entre outros;
  • Monóxido de carbono (CO) e dióxido de carbono (CO₂);
  • Formaldeído, liberado por materiais de construção e móveis.

Partículas em suspensão

As partículas em suspensão também estão presentes em quase todos os ambientes, por isso é preciso garantir a boa circulação e renovação do ar, além da higienização dos espaços. Entre elas, estão:

  • Poeira, pólen e fumaça de tabaco ou combustíveis;
  • Microplásticos e outras partículas finas.

Micro-organismos

Chamados de agentes biológicos, os micro-organismos que podem afetar a saúde e o bem-estar dos ocupantes são:

  • Fungos, ácaros, bactérias e vírus;
  • Mofo, especialmente em locais úmidos e mal ventilados.

Ventilação

A falta de circulação de ar fresco pode acumular contaminantes e contribuir para a proliferação dos micro-organismos. Sistemas de climatização mal projetados ou mal mantidos também podem espalhar poluentes.

Umidade

Níveis inadequados de umidade (muito alta ou muito baixa) podem impactar a QAI, favorecendo o crescimento de mofo ou ressecamento das vias respiratórias.

Qual a relação da qualidade do ar interior com o ar-condicionado?

O ar-condicionado desempenha um papel crucial na circulação, filtragem e controle da temperatura e umidade do ar em ambientes fechados. Dependendo de como o sistema de ar-condicionado é projetado, utilizado e mantido, ele pode tanto melhorar quanto prejudicar a qualidade do ar interior.

Vamos entender melhor:

  • Filtragem de poluentes: muitos sistemas de ar-condicionado possuem filtros que removem partículas em suspensão, como poeira, pólen, fumaça e outros poluentes, além de micro-organismos como fungos e bactérias; 
  • Controle da umidade: o ar-condicionado ajuda a manter níveis adequados de umidade, prevenindo condições excessivamente úmidas (que favorecem o crescimento de mofo e ácaros) ou muito secas (que podem ressecar as vias respiratórias);
  • Ventilação: sistemas mais avançados (como HVAC) promovem a renovação do ar interno ao proporcionar troca de ar entre os ambientes, melhorando a circulação e diluindo poluentes;
  • Regulação térmica: ambientes climatizados adequadamente são mais confortáveis, o que também contribui para a saúde e bem-estar dos ocupantes.

Porém, a manutenção inadequada dos sistemas de ar-condicionado pode ter o efeito contrário, prejudicando ainda mais a qualidade do ar interior. Filtros sujos ou danificados acumulam pó, partículas e até mesmo micro-organismos, que podem ser recirculados no ambiente e se tornar uma fonte de poluição interna.

Como garantir a boa qualidade do ar interior?

Tanto em imóveis residenciais quanto comerciais e industriais, é possível adotar algumas práticas para assegurar a boa qualidade do ar interior. Olha só:

Ar-condicionado

Como você já sabe, o sistema de ar-condicionado pode ser um aliado na purificação e renovação do ar interno. Além da instalação do ar-condicionado, é importante fazer a limpeza dos filtros e a manutenção adequada.

Limpeza do ambiente

O ambiente também precisa ser limpo com frequência para evitar o acúmulo de impurezas e a proliferação de micro-organismos. Evite o uso de produtos de limpeza tóxicos, que são igualmente nocivos à qualidade do ar.

Poeira

Realize a limpeza frequente de tapetes, cortinas e estofados, que podem acumular poeira, ácaros e outros alérgenos.

Desumidificador ou umidificador de ar

É importante manter níveis adequados de umidade relativa (de 40% a 65%). Para isso, use desumidificadores em ambientes muito úmidos para prevenir o crescimento de mofo e ácaros.

Evite também o acúmulo de água — repare vazamentos rapidamente e seque superfícies úmidas para evitar o desenvolvimento de mofo.

Em locais muito secos, use umidificadores para evitar o ressecamento do ar e das vias respiratórias.

Purificação do ar

Utilizar purificadores com tecnologia para capturar partículas finas, gases tóxicos e micro-organismos ajuda a garantir a boa qualidade do ar interior.

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O que é a Síndrome do Edifício Doente?

A Síndrome do Edifício Doente (SED) é uma condição em que os ocupantes de um edifício relatam sintomas de desconforto ou problemas de saúde que parecem estar diretamente relacionados ao tempo que passam dentro do prédio.

Esses sintomas geralmente desaparecem ou diminuem quando a pessoa deixa o ambiente. A SED está associada a problemas na qualidade do ar interior, falta de ventilação adequada, presença de poluentes ou condições físicas inadequadas do edifício.

Alguns sintomas comuns da Síndrome do Edifício Doente incluem:

  • Irritação nos olhos, nariz e garganta;
  • Tosse ou dificuldade para respirar;
  • Dores de cabeça;
  • Fadiga ou sensação de cansaço;
  • Náusea ou tontura;
  • Ressecamento ou irritação na pele;
  • Dificuldade de concentração.

Os sintomas geralmente não têm uma causa médica identificável, mas estão associados ao ambiente interno. Eles tendem a melhorar ou desaparecer quando os ocupantes deixam o edifício.

As principais causas da Síndrome do Edifício Doente são:

Ventilação inadequada

Falta de circulação de ar fresco ou baixa taxa de troca de ar, que pode ser causada por sistemas de climatização mal dimensionados ou obstruídos.

Poluentes no ambiente interno

  • Químicos: compostos Orgânicos Voláteis (COVs) provenientes de tintas, móveis, tapetes, produtos de limpeza, etc;
  • Partículas: poeira, fumaça, fibras de materiais de construção;
  • Biológicos: mofo, ácaros, bactérias e vírus.

Fatores físicos

Entre os fatores físicos estão iluminação inadequada (excesso ou falta de luz), ruídos excessivos e temperaturas ou umidade extremas.

Mau funcionamento dos sistemas de climatização

O acúmulo de sujeira ou falhas nos filtros do ar-condicionado é um dos principais causadores da SED. A presença de água parada nos dutos também favorece o crescimento de fungos e bactérias.

Materiais de construção e design do edifício

Em alguns casos, o uso de materiais que liberam substâncias químicas tóxicas pode ser responsável pelo desenvolvimento da doença. Projetos que impedem a circulação adequada de ar também podem prejudicar a saúde dos ocupantes.

Como saber a qualidade do ar interior?

Para avaliar a qualidade do ar interior, é necessário monitorar e identificar os níveis de poluentes, umidade, ventilação e outros fatores que impactam a saúde e o conforto. 

A Anvisa, por meio da Resolução RE Nº 09/2003, determina os seguintes parâmetros para avaliação da QAI:

  • Temperatura: deve ser mantida entre 20°C e 22°C no inverno, e 23°C e 26°C no verão;
  • Umidade: deve estar entre 40% e 55% no inverno, e entre 40% e 65% no verão;
  • Velocidade do ar: no nível de 1,5m do piso, o valor máximo recomendado é de menos 0,25 m/s;
  • Fungos: o valor máximo recomendado deve ser = 750 ufc/m³ de fungos, para a relação I/E = 1,5, em que I é a quantidade de fungos no ambiente interior e E é a quantidade de fungos no ambiente exterior;
  • Aerodispersóides: os valores máximos recomendados são de 80 µg/m3 de aerodispersóides totais no ar, como indicador do grau de pureza do ar e limpeza;
  • Dióxido de carbono: o valor máximo recomendado é de 1000 ppm de dióxido de carbono (CO₂), como indicador de renovação de ar externo, recomendado para conforto e bem-estar.

Saber a qualidade do ar interior depende de ferramentas de medição, inspeção e observação dos ocupantes. Para obter resultados mais precisos, o ideal é combinar dispositivos de monitoramento com análises feitas por especialistas, principalmente em locais com alta ocupação, como escritórios e escolas.

Quem pode emitir a análise de qualidade do ar?

Ainda conforme a RE nº 09 da Anvisa, a análise de qualidade do ar deve ser feita por profissionais habilitados, credenciados a laboratórios certificados pelo órgão.

Quais as consequências para a empresa se a análise do ar climatizado não for realizada?

De acordo com a RE nº 09, empresas que não se adequarem ao nível de poluição estabelecido ficam sujeitas a multas que podem variar de R$2.000,00 a R$1.500.000,00, dependendo de alguns fatores como tamanho do estabelecimento e gravidade do risco oferecido aos ocupantes.

Além disso, ambientes com baixa qualidade do interior ficam mais suscetíveis à proliferação de doenças respiratórias e outros problemas de saúde causados pela má qualidade do ar.

Por isso, recomenda-se a emissão de uma análise técnica de qualidade do ar a cada seis meses para assegurar a boa qualidade do ar interior nos ambientes.

Qual a relação da qualidade do ar interior com o PMOC?

O PMOC (Plano de Manutenção, Operação e Controle) é uma exigência da Lei nº 13.589/2018 e é uma ferramenta essencial para garantir que sistemas de climatização, como ar-condicionado, funcionem de forma eficiente, segura e que não comprometam a qualidade do ar interior e consequentemente a saúde dos ocupantes do ambiente.

O PMOC é obrigatório para todos os edifícios que possuem sistemas de climatização com capacidade acima de 60.000 BTUs/h. Ele determina que os sistemas de ar-condicionado e ventilação sejam mantidos em condições adequadas de operação, evitando a contaminação do ar e garantindo o conforto térmico.

Seu principal objetivo é assegurar o bom funcionamento do sistema de climatização e dessa forma prevenir problemas na qualidade do ar interior e promover a saúde e segurança dos ocupantes do ambiente.

Sem a manutenção adequada, sistemas de climatização podem acumular sujeira, poeira, umidade e resíduos orgânicos, favorecendo a proliferação de fungos, ácaros e bactérias.

Além da Lei nº 13.589, o PMOC se baseia na Resolução RE nº 9/2003 da ANVISA, que define os parâmetros aceitáveis para contaminantes no ar, como dióxido de carbono (CO₂), partículas em suspensão, fungos e bactérias.

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Quando preenchido em software, o PMOC não traz essas dores de cabeça, já que tudo é feito de forma digital. Com o Produttivo, o técnico pode preencher o documento pelo celular durante a visita técnica. Depois, é só compartilhar o PDF com o cliente por e-mail ou WhatsApp. Ah, e todos os documentos ficam armazenados em nuvem, assim podem ser consultados de qualquer lugar sempre que necessário.

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