Antes de construir um imóvel, a elaboração de um projeto elétrico é primordial para garantir a segurança dos futuros moradores. Saiba mais sobre esse documento.
O projeto elétrico é uma exigência de seguradoras e imobiliárias, além de ser regido por Normas Regulamentadoras. É o caso da NR-10 do Governo Federal, que valida a segurança em instalações e serviços com eletricidade.
Além disso, o cuidado adequado com a instalação elétrica na obra evita a sobrecarga do sistema e danos como choques ou até mesmo incêndios. A seguir, vamos entender melhor como esse laudo funciona.
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O que é projeto elétrico
Na construção civil, o projeto elétrico faz parte da etapa inicial da obra: não é possível começar a edificação sem ter esse documento em mãos. Elaborado a partir da planta baixa, ele descreve e detalha o sistema elétrico, listando todos os componentes necessários para instalação, pontos de utilização e outros itens relevantes para a distribuição de energia.
Ele também é uma requisição da norma NBR 5410, elaborada pela Comissão de Estudo de Instalações Elétricas de Baixa Tensão do Comitê Brasileiro de Eletricidade (ABNT/CB-03).
Essa diretriz estabelece condições satisfatórias para instalações elétricas de baixa tensão com o objetivo de garantir a segurança das pessoas, o funcionamento adequado do sistema e a conservação de bens.
Isso se aplica a qualquer edificação com circulação de pessoas, sejam construções residenciais, comerciais, públicas, industriais, de serviço ou outras. Também é uma exigência para áreas de camping, trailers, marinas, canteiros de obras, feiras e outras estruturas temporárias.
As exceções para a requisição de um projeto de instalações elétricas são veículos, embarcações e aeronaves. Para todos os imóveis que precisam desse documento, ele atua como uma previsão descritiva e gráfica de todo o sistema de produção, transmissão e distribuição elétrica.
Laudo de instalações elétricas
A elaboração do laudo pode ser feita por uma empresa especializada, e o projeto é normalmente assinado por um(a) engenheiro(a) responsável. Alguns pontos que podem constar são:
- Trajeto dos condutores: é o caminho que os fios vão fazer dentro da construção, começando na rede de distribuição que vem da rua até chegar aos pontos de uso, como lâmpadas e tomadas;
- Divisão dos circuitos: os circuitos são os pontos de utilização alimentados por um mesmo condutor. O chuveiro elétrico e a geladeira, por exemplo, normalmente ficam em circuitos diferentes; já as tomadas da sala provavelmente ficam todas no mesmo circuito. Essa divisão, além de atender à NBR 5410, evita curto-circuitos e, em caso de falhas, impede que sistema inteiro pare de funcionar, concentrando os danos apenas no circuito afetado;
- Localização dos pontos de utilização: aqui entram os pontos de luz, como lâmpadas, e as tomadas. Com o projeto é mãos, é possível criar um projeto elétrico seguro e ao mesmo tempo atender às necessidades do cliente, como a quantidade de lâmpadas em cada cômodo e a localização das tomadas;
- Dimensionamento da seção dos condutores: é necessário fazer o cálculo da corrente do circuito para avaliar sua capacidade de condução, e verificar também a queda de tensão. Esses dados vão indicar qual é o tamanho adequado de cabo para suportar as necessidades daquele circuito sem risco de superaquecimento dos eletrodutos. Essa etapa busca evitar a danos ao sistema que podem ocorrer por uso de cabos de tamanho incorreto (ou seja, não é só comprar qualquer cabo e instalar);
- Localização do Quadro de Distribuição de Circuitos (QDC): esse painel reúne o controle dos circuitos após a entrada da linha elétrica no edifício; é nele que mexemos quando queremos “desligar a chave”, seja geral ou de um espaço específico do imóvel. Pode ser necessário colocar mais de um quadro, como ocorre em imóveis com mais de um andar. Além disso, o profissional que assina projeto pode se certificar de que o quadro seja de fácil acesso e até que o local da instalação seja mais propício à economia de energia;
- Representação: semelhante à planta, esse desenho mostra todos os caminhos da instalação na estrutura, como o trajeto dos condutores, e também a localização dos componentes que serão necessários para execução do projeto. É uma representação visual e gráfica dos pontos abordados;
- Diagrama unifilar: falaremos mais sobre esse tópico adiante. Também chamado de diagrama elétrico, é um gráfico que mostra na prática toda a instalação, em que os condutores são representados por um único fio;
- Materiais: são os componentes necessários para execução do projeto, como condutores e eletrodutos, no tamanho correto;
- Dispositivos de manobra: apesar do nome técnico, o dispositivo de manobra permite ou impede a passagem de corrente elétrica. Para nós, é o “liga e desliga”, e ocorre com interruptores de lâmpada, por exemplo. Também podem ser disjuntores, para-raios, fusíveis e outros dispositivos que, além de ligar ou desligar, ainda protegem o sistema;
- Memorial: é um laudo à parte normalmente entregue após a execução do projeto, incluindo todos os cálculos, especificações e detalhes pertinentes àquele projeto elétrico. Ele atua como uma revisão das etapas anteriores, e deve conter:
- As medidas de proteção tomadas contra choques elétricos, queimaduras e outros riscos adicionais;
- A indicação de posição dos dispositivos de manobra dos circuitos elétricos;
- Descrição do sistema de identificação de circuitos elétricos e equipamentos, incluindo dispositivos de manobra, de controle, de proteção, de intertravamento, dos condutores e os próprios equipamentos e estruturas, definindo como tais indicações devem ser aplicadas fisicamente nos componentes das instalações;
- Recomendações de restrições e advertências quanto ao acesso de pessoas aos componentes das instalações;
- Precauções aplicáveis em face das influências externas;
- O princípio funcional dos dispositivos de proteção, constantes do projeto, destinados à segurança das pessoas;
- A descrição da compatibilidade dos dispositivos de proteção com a instalação elétrica.
Seu projeto elétrico pode conter informações diferentes das citadas acima. O importante é que ele seja realizado com cuidado e contenha todos os cálculos pertinentes à estrutura em questão, priorizando sempre a segurança e o cumprimento das normas técnicas.
Conforme a NBR 5410 da ABNT, o projeto elétrico deve obrigatoriamente conter:
- plantas;
- esquemas unifilares e outros, quando aplicáveis;
- detalhes de montagem, quando necessários;
- memorial descritivo da instalação;
- especificação dos componentes (descrição, características nominais e normas que devem atender);
- parâmetros de projeto (correntes de curto-circuito, queda de tensão, fatores de demanda considerados, temperatura ambiente etc.).
Todos esses dados envolvem cálculos e conhecimento técnico específico, por isso é necessário buscar auxílio profissional e capacitado para elaboração do projeto.
Modelo de checklist de inspeção elétrica
Para facilitar o acompanhamento do projeto elétrico, você pode usar um modelo pronto de checklist de inspeção elétrica, como o do Produttivo.
Nosso modelo pronto para download grátis já vem com perguntas pré-definidas, e você pode personalizar com a logo da sua empresa.
Ainda conta com:
- Cabeçalho: você pode preencher com o nome da empresa, CNPJ, endereço e telefone;
- Dados da inspeção: data e horário de início e fim da inspeção, localização e nome do responsável;
- Documentação: para acompanhamento de NRs e NBRs;
- Sinalização: com opções de conformidade ou não conformidade;
- Quadro elétrico e componentes: incluindo disjuntores, eletrodutos e conexões;
- Medição termográfica preditiva: ideal para acompanhamento de conformidades;
- Serviços necessários: espaço para observações;
- Assinatura: do técnico e do cliente;
- Registro fotográfico: para comprovação.
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Benefícios do projeto elétrico
O projeto de instalações elétricas pode ser feito por uma empresa especializada ou ainda pela empresa responsável pelo projeto arquitetônico, mas deve ser assinado por um profissional habilitado.
Normalmente, essa pessoa é graduada em engenharia e com registro no CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) do seu estado. Mas apesar de parecer apenas mais uma exigência para encarecer sua obra, o projeto elétrico traz muitos benefícios. Vamos ver alguns deles:
Necessidade do cliente
Ainda que o principal objetivo do projeto elétrico seja garantir a segurança das pessoas, do imóvel e dos bens, ele também pode e deve levar em consideração a preferência do cliente.
Isso pode estar relacionado ao gosto do proprietário, mas também às necessidades: um edifício com escada vai ter variáveis bem diferentes do que um com elevador, por exemplo. Isso influencia na localização dos pontos de uso (como a quantidade e a posição das lâmpadas), mas também no impacto que aquela corrente elétrica vai ter no circuito.
Por isso, o primeiro passo é uma comunicação clara com o futuro dono do imóvel ou com a construtora para entender as particularidades daquela estrutura.
Proteção contra danos
Como falamos no tópico anterior, um bom projeto elétrico vai garantir que o sistema comporte a carga prevista para aquele circuito, assim não há sobrecarga.
Quando isso acontece, alguns dos riscos mais comuns são choques elétricos e princípio de incêndio. Ou seja, além de se machucar, você corre o risco de danificar e até perder seus móveis, objetos e o próprio imóvel.
Outros possíveis riscos, menos agressivos mas ainda assim incômodos, são queda constante de energia, menor durabilidade de aparelhos, superaquecimento dos fios e manchas escuras ao redor das tomadas.
Economia na obra
Com o projeto de instalações elétricas em mãos, você vai ter uma boa estimativa de quais materiais serão necessários comprar, além da quantidade e tamanho de cada um. Isso diminui as chances de o material acabar antes da conclusão da obra, e também evita que você compre em quantidade excedente.
Tendo um cálculo concreto das quantidades e também uma lista dos equipamentos necessários, você tem mais chance de comprar somente o que precisa, sem precisar gastar a mais em peças que não serão usadas.
Aumento da vida útil dos aparelhos
Como falamos anteriormente, um sistema elétrico inadequado vai ter consequências nos aparelhos conectados ao circuito. Em alguns casos mais grave, isso pode levar à “queima” dos aparelhos. Em outros, a oscilação vai pouco a pouco prejudicando sua eficácia.
No caso de televisores, por exemplo, isso significa queda gradual da qualidade da imagem e chiados desagradáveis durante o uso, entre outros danos. Tudo isso só diminui a vida útil dos aparelhos, fazendo que durem menos e necessitem de assistência ou até mesmo troca com mais frequência.
O que é diagrama unifilar
O diagrama unifilar é uma espécie de desenho que representa toda a instalação elétrica do imóvel. Existem outros tipos de diagramas elétricos, como multifilar, funcional e trifilar, mas, como o nome sugere, o modelo unifilar é representado por somente um fio.
Ele mostra a instalação como um todo, incluindo conexões e condutores, a partir de um único traço. O diagrama unifilar é representado por uma simbologia padrão que é de conhecimento geral entre os profissionais especializados.
Esses símbolos também são regulamentados pela ABNT, e podem representar condutor, tomadas, QDC, entre outros itens pertinentes à instalação. Apesar de serem padronizados, os símbolos podem ser explicados por adição de legenda no documento.
Falando de maneira geral, o diagrama mostra a distribuição e a trajetória dos dispositivos elétricos da obra, ou seja: o que vai passar onde. Ele é uma parte essencial do projeto e deve ser anexado aos laudos e plantas.
Alguns itens que constam no diagrama unifilar são:
- Tomada de parede, piso e teto;
- Pontos de luz incandescente e fluorescente;
- Interruptor de uma, duas ou três seções;
- Campainha;
- Circuitos que sobem, descem ou passam;
- Quadros geral e parcial de força;
- Eletrodutos na parede, piso e teto;
- Fusíveis de alta e baixa tensão;
- Transformador.
Lembre-se que cada um desses itens tem seu próprio símbolo. Por isso é tão importante que o diagrama (e o projeto elétrico como um todo) seja elaborado e interpretado por especialistas.
Outros diagramas elétricos
Além do diagrama unifilar, outros diagramas elétricos são:
- Diagrama funcional: diferente do unifilar, representa apenas uma parte do projeto e tende a ser mais claro, porém incompleto;
- Diagrama trifilar: se pensarmos que o diagrama unifilar leva apenas um traço, podemos concluir que o diagrama trifilar leva três traços. Esses traços representam as três fases do sistema elétrico trifásico;
- Diagrama multifilar: é um esquema mais detalhado e complexo, assim não é muito utilizado em projetos elétricos residenciais.
Tipos de projeto elétrico
Lá em cima mencionamos que os projetos elétricos são obrigatórios para imóveis residenciais, comerciais, públicos, industriais, de serviço, campings, trailers, marinas, canteiros de obras, feiras e instalações temporárias.
Porém, assim como cada construção é diferente e necessita de um projeto específico, também é importante ter em mente que cada uma tem características distintas que precisam ser levadas em conta na hora da elaboração. Afinal, uma fábrica vai ter demandas muito diferentes de um sobrado, que por sua vez é diferente de um edifício comercial.
Veja alguns exemplos de projetos elétricos e o que muda de um para outro:
- Residencial: seja para casas ou outras estruturas pequenas, os projetos residenciais normalmente são elaborados considerando cargas baixas e características mais simples;
- Comercial: embora esse modelo possa atender edifícios residenciais também, ele tende a ser mais complexo que uma casa;
- Industrial: é o tipo de projeto elétrico mais delicado, pois espaços industriais demandam cargas maiores para permitir o uso de maquinários.
Tendo essas particularidades em mente, o engenheiro ou eletricista consegue elaborar um projeto seguro e funcional para cada tipo de imóvel.
Projeto elétrico As Built
Em inglês, as built pode ser traduzido para ‘como construído’. Em instalações elétricas, isso significa ter como base uma estrutura já construída, e não um imóvel ainda na planta
O projeto elétrico As Built envolve alterações em uma edificação já existente, como no caso de revitalização de imóveis antigos. Quando houver demanda para esse tipo de projeto, o primeiro passo é desenhar toda a instalação elétrica existente, e registrar eventuais alterações que tenham sido feitas ao longo dos anos.
Os dados a serem calculados e documentados são os mesmos de um projeto na planta, com a diferença que esses devem representar a estrutura como ela está.
Uma vez que todos os detalhes da construção tenham sido mapeados, aí então é possível elaborar um projeto para fazer alterações na instalação elétrica. As obras de alteração em um projeto As Built podem ser feitas por necessidades estéticas, preferências ou até mesmo de segurança.
Afinal, uma estrutura elétrica inadequada coloca em risco as pessoas e os bens materiais presentes. Assim como o projeto de instalações elétricas elaborado durante o período de edificação, o As Built também deve apresentar laudos e diagramas, e ser assinado por profissional habilitado(a).
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